Após prisões, estudantes decidem diversificar as manifestações em Teresina
Depois de promover mais de uma semana de protestos, os estudantes de Teresina programaram para esta sexta-feira (13) uma forma diferente de manifestação. A ideia é distribuir, durante o protesto nesta tarde, jornais com informações sobre as manifestações, as reivindicações e eventuais vítimas.
Os manifestantes querem a suspensão do reajuste da tarifa de ônibus e também mudanças no sistema de integração do transporte urbano.
Apenas ontem (12) o último grupo dos 17 estudantes presos no começo desta semana foi liberado. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Piauí (UFPI) informou à Agência Brasil que a libertação só ocorreu porque foi impetrado um pedido de habeas corpus.
O coordenador de Formação Política do DCE da UFPI, Floro Mauel, disse que a manifestação desta tarde ocorrerá na área próxima à avenida Frei Serafim – uma das principais da capital piauiense.
Mauel disse que o prefeito de Teresina, Elmano Férrer, se comprometeu a conversar com os estudantes, mas ainda não se manifestou. “Nós estamos abertos ao diálogo”, disse o estudante.
Ele acrescentou que se a prefeitura não entrar em negociação, os estudantes pretendem intensificar os protestos.
A presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Manuela Braga, disse que uma comissão com representantes da Ubes e da União Nacional dos Estudantes (UNE) foi criada para tentar dialogar com a prefeitura de Teresina. “A prefeitura não quer dialogar, a resposta deles é com repressão policial”, disse.
A Polícia Militar informou que os quatro policiais envolvidos na agressão ao advogado Enzo Samuel, que defende o DCE da UFPI, foram afastados das atividades relacionadas às manifestações.
A atuação dos policiais no caso está sendo averiguada, mas eles permanecem trabalhando em outros setores da Polícia Militar.
Os protestos começaram no dia 2, mas teve o pior dia na terça-feira (10), quando houve intenso confronto com a polícia.
Os policiais usaram spray de pimenta, balas de borracha e gás lacrimogênio, de acordo com o comandante-geral da Polícia Militar do Piauí, coronel Rubens Pereira.
Desde o início das manifestações, dois ônibus foram queimados e uma árvore de Natal em tamanho gigante, colocada pela prefeitura, foi destruída, segundo informações da Polícia Militar.
Estudantes e policiais acabaram feridos. O estudante Floro Mauel disse que dois manifestantes foram atingidos nos olhos com balas de borracha. Um deles corre o risco de perder a visão de um dos olhos.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Piauí acusou a PM de retirar de um fotógrafo a memória de sua câmera. O coronel Rubens Pereira disse que os policiais não têm conhecimento desta ação.
“Se tiver sido um policial militar que fez isso, não foi a mando da PM e será punido exemplarmente”, disse.
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