CRM vai investigar caso de travesti morto em cirurgia de lipoescultura em Mato Grosso do Sul
O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM-MS) abre sindicância nesta segunda-feira (6) para apurar as circunstâncias que levaram à morte de um travesti de 26 anos de idade durante um procedimento cirúrgico conhecido como lipoescultura –retirada de gordura para depois ser reinjetada em outras partes do corpo.
Lipoescultura mortal
Morte após parada cardíaca
O procedimento durou cerca de quatro horas, segundo o cirurgião plástico Paulo de Oliveira Lima, chefe da junta médica que operou o travesti. Logo após a operação, disse o médico, Pabrycia sofreu parada cardíaca e morreu.
O especialista narrou que além de tirar a gordura do corpo de Pabrycia, eliminou porções de silicone que o travesti teria injetado por conta própria, na Itália. O cirurgião, que garantiu atuar no segmento há pelo menos três décadas, acha que a morte de Pabrycia foi uma “fatalidade”.
À polícia, ele mostrou exames preparatórios para a cirurgia realizados cinco dias antes do episódio, como hemograma completo, eletrocardiograma e ultrassonografia nas mamas. E nada de errado havia com o paciente, segundo o médico. “Não tinha risco cirúrgico”, afirmou.
Já o advogado Antônio João Pereira Figueiró, contratado pela família de Pabrycia para cuidar do caso, disse achar que tudo o que o médico informou até agora foi “só para se defender, nada convincente”.
“Ele [travesti] vendia saúde, nunca apresentou problema nenhum”, afirmou. O defensor disse que é intenção da família mover ações cível e penal contra o médico. “Se provado que houve negligência, vamos, sim, exigir indenização.”
O CRM e a Polícia Civil querem saber se o hospital São Lucas, renomada clínica infantil da cidade, era equipada para realizar a lipoescultura. A direção do hospital até agora não quis se pronunciar.
O laudo de necropsia, que vai apontar a causa da morte do travesti, deve ficar pronto em duas semanas, segundo a polícia. O advogado disse que Pabrycia veio da Itália em dezembro, passou o fim de ano com a família, em Nobres (interior do Estado), onde comentou que havia marcado a cirurgia. Contudo, a família não sabia o nome da cidade nem do médico que ia realizar a cirurgia. “Soube quando ele morreu”, afirmou o advogado.
Pabrycia era modelo em Roma, segundo sua família. O corpo dele foi enterrado ontem (4), em Nobres, onde moram a mãe e os cinco irmãos.
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