Líder dos grevistas na Bahia é transferido para cadeia pública de Salvador
O líder da greve de policiais militares em Salvador, o ex-soldado Marco Prisco, foi transferido na tarde desta quinta-feira (9) para a cadeia pública do complexo penitenciário de Mata Escura, na periferia da capital baiana.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Prisco passou por exames de corpo de delito antes de ser transferido.
Ele foi preso na manhã desta quinta-feira (9) na desocupação do prédio da Assembleia Legislativa, que estava ocupado por 245 PMs grevistas desde o último dia 31. Além dele, foi preso também Antonio Paulo Angelini, que tinha prisão decretada em um total de 12 mandados expedidos.
As prisões foram decretadas pela juíza Janete Fadul. Todos são acusados de formação de quadrilha e roubo de patrimônio público (carros da corporação). Além dos crimes, os policiais devem passar por um processo administrativo.
A desocupação e a prisão dos líderes ocorreu poucas horas depois de o "Jornal Nacional", da TV Globo, divulgar gravações telefônicas que indicam que Prisco incentivou atos de vandalismo no Estado.
Entenda a greve
A greve na Bahia foi deflagrada na terça-feira, dia 31 de janeiro, por parte da categoria, liderada pela Associação de Policiais e Bombeiros da Bahia (Aspra). Dias depois, o movimento foi considerado ilegal. Na noite desta quinta-feira (9), a categoria decidiu manter a paralisação. Não foi informado o contingente de homens parados.
Para encerrar a paralisação, os grevistas pedem a incorporação de gratificações ao salário e a concessão da anistia administrativa para os envolvidos. Segundo o governo estadual, a principal reivindicação dos policiais, que era a implantação de duas gratificações (a Gratificação de Atividade Policial-GAP 4 e 5), foi concedida de forma escalonada até 2015. "Com muito esforço orçamentário, ofereci entre 2012 e 2015 o atingimento no contracheque dessas duas gratificações", disse o governador Jaques Wagner (PT). Os grevistas, contudo, exigem que a GAP 4 seja paga imediatamente e a GAP 5, no início de 2013.
O governo reiterou que os policiais envolvidos em "casos de vandalismo" serão punidos. "Os policiais que participaram legalmente, dentro das regras do processo reivindicatório, não têm com o que se preocupar. Mas todos aqueles condenados pela sociedade baiana que depredaram, quebraram e intimidaram a população devem ser investigados. Não há como falar em perdão quando se fala em atos de vandalismo", disse Wagner.
A presidente Dilma Rousseff se manifestou nesta quinta-feira contra a anistia aos grevistas.
A paralisação gerou um aumento da violência no Estado: houve registro de arrastões e aulas e shows foram cancelados. Os Estados Unidos chegaram a recomendar aos norte-americanos que adiem viagens "não essenciais" ao Estado. Em uma semana, o número de homicídios mais do que dobrou na região metropolitana de Salvador, segundo estatísticas oficiais do governo.
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