Morte de bebês em Santa Casa do interior de São Paulo leva a auditoria no hospital
A Santa Casa de José Bonifácio realiza, em média, 30 partos por mês. Em 2011 foram 365 nascimentos, o que resulta em um nascimento por dia. Em 2012, até a interrupção dos partos por causa das denúncias, na semana passada, foram 40 nascimentos.
O UOL conversou com o administrador da Santa Casa, Milton Cesar Matias, que confirmou os óbitos, mas disse se tratar de casos atendidos nos postos de saúde. De acordo com Matias, houve cinco mortes em parto nos últimos meses, mas as mães teriam sido atendidas em unidade básica de saúde, fora da Santa Casa. “Apenas um caso passou por nós”.
A mãe que passou pela Santa Casa, de acordo com o administrador, preferiu ir para casa, e quando retornou foi submetida à cesariana, mas o bebê estava com o cordão umbilical com três voltas no pescoço e não resistiu. “A mãe assinou termo de responsabilidade pedindo para aguardar em casa, quando voltou era tarde”, informou Matias.
O diretor Clínico da Santa Casa, Marcelo Gatarussi de Almeida, disse ao UOL que o problema é que não há médicos obstetras nem pediatras. “Eles dão plantão à distância”. Almeida confirma que a equipe da DRS esteve no hospital para uma avaliação e que os partos foram transferidos para o Hospital de Base de São José do Rio Preto, provisoriamente.
O agente da Vigilância Sanitária de José Bonifácio, Júlio Mateus Prado, que participou da vistoria na Santa Casa pela Secretaria Municipal de Saúde, informou que a possibilidade de interditar o hospital não existe. “Nós acompanhamos os agentes da DRS, mas constatamos que está tudo certo. Interdição está descartada”, disse ele ao UOL.
O diretor regional de Saúde, José Victor Maniglia, informou que não há nenhuma definição sobre a Santa Casa de José Bonifácio. Por enquanto os partos seguem sendo feitos no Hospital de Base de Rio Preto.
Matias informou que a Santa Casa vai realizar partos, se necessário, pois a decisão de transferir as cesarianas para o Hospital de Base foi por iniciativa própria. “Nós estamos reavaliando o serviço. Por enquanto decidimos transferir para definirmos o que será feito.”
O diretor clínico Marcelo Almeida disse que é preciso mudar o atendimento e que o primeiro passo é contratar obstetras e pediatras para que permaneçam dentro da Santa Casa. “Porém, não há recursos para isso”. Matias declarou que há intenção de manter pelo menos um ginecologista fixo na Santa Casa.
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