PF não conferiu documentos de equipe que recuperou armas em aeroporto no RS
A equipe da Polícia Federal que participou do resgate de cerca de 3.000 armas da Taurus no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, não fez a conferência das identidades das pessoas que atuaram na operação.
O que aconteceu
O UOL apurou que a equipe do COT (Controle de Operações Táticas da Polícia Federal) no Rio Grande do Sul não checou as pessoas que resgataram a carga bélica da Taurus. A ação, vista como excepcional por causa da maior tragédia climática vivida pelo estado, tinha como objetivo evitar que criminosos tivessem acesso à carga milionária.
Em nota, a Polícia Federal afirmou que a responsabilidade pelos participantes da operação era "exclusivamente" da empresa dona da carga (leia abaixo).
"Enganados e coagidos". O caso ganhou repercussão após uma equipe de voluntários em salvamento de enchentes no Rio Grande do Sul afirmar que foi enganada e coagida por uma suposta funcionária da Taurus. Nicolas Vedovatto, que participou da busca, disse ao UOL que saíram de casa na intenção de resgatar crianças e acabaram no aeroporto, carregando caixas de armamento.
Eles (agentes) pareciam não saber que éramos civis(...) um dos agentes até botou a mão na cabeça quando descobriu que levamos a primeira remessa [de armas] de barco até um caminhão sem nenhuma escolta. Em nenhum momento perguntaram quem éramos.
Nicolas Vedovatto, voluntário
Vedovatto e cinco amigos que ajudaram no resgate das armas disseram que em momento algum tiveram suas identidades confirmadas.
A Taurus, por sua vez, desconhece a participação de estranhos na operação. Ao UOL, a empresa disse que contou com a ajuda do COT e com viaturas de uma transportadora credenciada. (Veja a nota abaixo)
Outro lado
A retirada das armas que estavam depositadas no Aeroporto Internacional Salgado Filho foi coordenada pela Polícia Federal, em articulação com a Fraport, administradora do Aeroporto Internacional Salgado Filho, e com a empresa proprietária da carga e as pessoas contratadas por ela, sendo esses, exclusivamente, os participantes envolvidos com a logística de remoção do armamento. A PF mobilizou o Comando de Operações Táticas (COT), especializado em missões de risco diferenciado, para garantir a segurança de todos os envolvidos na logística de retirada das armas.
Polícia Federal, em nota
A Taurus é uma Empresa Estratégica de Defesa, credenciada pelo Ministério da Defesa, atua há 85 anos de acordo com as diretrizes legais e regulatórias, e esclarece que a operação de retirada das armas no aeroporto foi coordenada na parte fluvial pelo Comando de Operações Táticas da Polícia Federal (COT) e na parte terrestre com veículo de transportadora credenciada pelo Exército Brasileiro, escoltada por dois veículos de segurança privada armados e acompanhada por três viaturas da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil do Rio Grande do Sul. A conferência e manuseio das armas foram feitas por 12 funcionários da Taurus, da área de logística, devidamente capacitados. A empresa desconhece a participação de voluntários e vai levantar os fatos junto às autoridades policiais que participaram da operação.
Taurus, em nota
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