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Com acesso fechado, Hopi Hari orienta clientes com bilhete a entrar em contato com o parque

Hopi Hari admite possibilidade de "erro crasso" e fecha parque para perícia; foto divulgada pela família mostra que ela estava em uma cadeira que, segundo o parque, estava interditada há anos - Reprodução
Hopi Hari admite possibilidade de "erro crasso" e fecha parque para perícia; foto divulgada pela família mostra que ela estava em uma cadeira que, segundo o parque, estava interditada há anos Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

02/03/2012 17h57

O Hopi Hari, que ficará fechado por dez dias para realização de perícia (contados a partir de hoje), informou que os visitantes que tenham comprado o passaporte para o parque no perído devem entrar em contato com as centrais de relacionamento para obterem informações sobre remarcação de data ou reembolso. É possível falar com o Hopi Hari pelo telefone 0300-789-5566 ou pelo e-mail fale@hopihari.com.br.

O parque foi fechado conforme Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público de Vinhedo (SP), cidade onde fica o Hopi Hari. No período, serão vistoriados os equipamentos e os procedimentos de segurança da empresa.  A decisão ocorre após a morte da adolescente Gabriela Yukari Nichimura, 14, que caiu de uma altura de cerca de 20 metros do brinquedo "La Tour Eiffel", conhecido como elevador, no último dia 24.

Em nota enviada nesta sexta-feira (2), o Hopi Hari informou ainda que todos os visitantes que foram ao parque hoje tiveram o reembolso do valor do passaporte ou a remarcação do mesmo para outra data.

Na próxima segunda-feira (5), assessores técnicos do Ministério Público farão uma vistoria no Hopi Hari com o Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), o Corpo de Bombeiros, o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e o Instituto de Criminalística de São Paulo.

Se após os dez dias não houver a resolução de eventuais problemas que ainda sejam apontados, uma nova suspensão de mais dez dias poderá ser determinada.

"Erro crasso"

Ontem (1º), o advogado do Hopi Hari, Alberto Toron, admitiu pela primeira vez que pode ter havido um erro na operação do brinquedo e que a jovem estava em uma cadeira desativada. “Estava absolutamente clara [a interdição da cadeira], naquele dia. Mas alguém, inadvertidamente, num erro crasso, habilitou aquela cadeira”, disse.

Toron, que informou que a cadeira usada pela vítima estava inativa havia dez anos por um problema técnico, disse que o acidente pode ter sido resultado da falha de algum funcionário da operação ou da manutenção. "Talvez alguém tenha aberto inadvertidamente a trava da cadeira que não deveria funcionar. Mas se isso acontecesse, o funcionamento do brinquedo deveria ter sido imediatamente interrompido", afirmou.

Dois funcionários, porém, disseram ao delegado Álvaro Santucci Noventa Júnior que, no dia do acidente, informaram seus superiores de uma possível falha na cadeira. De acordo com o advogado dos dois funcionários, Bichir Ali Bichir Junior, os rapazes não tinham autonomia para parar o brinquedo.

O delegado informou que o inquérito vai apurar a hipótese de dolo eventual, ou seja, quando o responsável, ainda que não intencionalmente, assume um risco. Somente agora, após o acidente, o parque admite ser necessária alguma faixa ou outro tipo de barreira para impedir o acesso do público àquela cadeira. Conforme Santucci, isso é reforçado também pela ausência de barreira à cadeira danificada e pela forma de operação de funcionários que não interromperam, durante o funcionamento, o brinquedo. "Além de negligência, foi imprudência não haver um aviso de interdição", disse.