Topo

Comissão da Câmara discutirá riscos de arma de choque que matou brasileiro em Sydney

Da Agência Câmara, em Brasília

11/04/2012 14h22

A Comissão de Seguridade Social e Família vai realizar audiência pública para discutir os efeitos e riscos da arma de choque (taser) sobre a pessoa atingida pelo disparo.  A iniciativa do debate, ainda sem data marcada, é do deputado Roberto de Lucena (PV-SP).

Segundo Lucena, a morte do estudante brasileiro Roberto Laudisio Curti, no último dia 18 de março, em Sydney, Austrália, após ser atingido por disparos de arma elétrica (taser) pela polícia, traz à discussão a real utilidade do equipamento. Até a morte do brasileiro, o taser era considerado uma arma não letal.

Lucena acrescenta que, na madrugada de 25 de março passado, um homem de 33 anos morreu em Santa Catarina após ser imobilizado por policiais militares com o uso de uma pistola taser.

“Investigações estão sendo feitas sobre a morte ocorrida em Santa Catarina, mas especialistas já se antecipam alertando que este tipo de arma pode ser letal, o que requer uma atenção especial desta Comissão de Seguridade Social e Família”, afirma o deputado.

Baixa letalidade

De acordo com Lucena, reportagens publicadas pela imprensa afirmam que choques sequenciais ou prolongados são danosos para a saúde. Com base na informação de um cardiologista do Instituto do Coração, o deputado afirma que o taser é uma arma de baixa letalidade, mas que pode, sim, matar.

Segundo o autor do requerimento, além da imobilização que ocorre após o choque, existe a possibilidade de a vítima do disparo, depois de imobilizada, cair e bater com a cabeça ou outras partes do corpo no chão ou em outro objeto, tendo ferimentos graves como o traumatismo craniano.

Serão convidados para o debate representantes do Ministério da Justiça, do Ministério da Saúde, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos e da empresa fabricante do taser para dar explicações sobre o funcionamento da arma.