Passageiros da linha vermelha do Metrô de SP relatam "aceleração inesperada" de trem e "forte estrondo"
Passageiros da linha 3-vermelha do Metrô de São Paulo ouvidos pela reportagem do UOL nesta quarta-feira (16) relataram uma “aceleração inesperada” das composições, um “forte estrondo” e se queixaram de falta de informações por parte de funcionários da companhia depois da colisão entre dois trens na manhã desta quarta-feira (16), entre as estações Penha e Carrão, na zona leste de São Paulo. Mais de 30 pessoas ficaram feridas.
Segundo o estagiário da Rádio UOL Ahlex Marlon, que estava no último vagão de um dos trens que colidiram, a composição fazia paradas sucessivas desde a estação Penha, na zona leste. Em um determinado momento, disse, o condutor do veículo acelerou de forma inesperada e só parou em função do choque. De acordo com a testemunha, nenhum aviso sonoro foi emitido pelo maquinista durante o trajeto.
"Foi um desespero muito grande. Todo mundo estranhou o fato de o maquinista parar o metrô várias vezes e acelerar do nada", disse Marlon, que afirma ter ouvido um “forte estrondo”.
Marlon afirmou que o acidente fez com que todas as pessoas que estavam no último vagão caíssem no chão. O caso mais grave, segundo relato da testemunha, foi o de uma idosa que fraturou a perna e foi auxiliada pelos próprios passageiros. "Uma menina que estava sentada do meu lado acabou batendo o ombro no ferro de proteção. Ela chorava de dor", relatou.
Após o estrondo, os passageiros ficaram presos no vagão durante cerca de dez minutos. "Fiquem todos calmos que a ajuda está a caminho", avisou o condutor pelo sistema sonoro do trem após a colisão. Marlon e outras pessoas só conseguiram sair depois que os vidros das portas foram quebrados pelos próprios passageiros.
"Andamos pelos trilhos até a estação Penha. Nesse caminho, não encontramos nenhum funcionário para auxiliar a retirada", disse ele, que afirmou ainda que, na volta à estação Penha, os passageiros receberam um novo bilhete.
Trens parados e falta de informação
A jornalista Celina Cardoso, que também estava na linha vermelha, relatou que os trens ficaram parados entre 40 e 50 minutos sem que, nesse intervalo, os passageiros recebessem informações sobre o que estava acontecendo.
“Por volta das 10h40 a porta foi aberta e as pessoas começaram a sair pela janela. Ficamos presos entre as estações Vila Matilde e Penha durante uns 40, 50 minutos e aí as pessoas começaram a quebrar os vidros”, disse.
Conforme Celina, as luzes do vagão se apagaram, mas em nenhum momento o condutor dizia o que estava acontecendo. “Falava apenas que era parado por conta de um problema na via, mas não nos dava previsão, nem nada. As pessoas ficaram impacientes, mas o que mais deixa a gente revoltada é que não tinha gente ajudando os passageiros a sair”, criticou.
À rádio CBN São Paulo, o usuário da linha 3, Rodrigo Cardoso, afirmou: “Foi um efeito dominó, todo mundo caindo... Tivemos que abrir as portas da composição com o botão de emergência, foi um caos”, relatou.
O acidente
A colisão entre dois trens da linha 3-vermelha do metrô de São Paulo deixou ao menos 33 pessoas feridas na manhã desta quarta-feira (16) entre as estações Carrão e Tatuapé, na zona leste de São Paulo, segundo o Corpo de Bombeiros. Elas foram encaminhadas a hospitais da região. Já o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) informou que foram atendidos ao menos 20 feridos.
Em 2009, um choque foi registrado em novembro quando duas composições colidiram durante a madrugada, entre as estações Ana Rosa e Vila Mariana, após o fim da operação comercial. Um funcionário ficou ferido na ocasião.
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