Rio+20 terá 15 mil homens na segurança e centro contra ataques cibernéticos, diz ministro
O ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou nesta segunda-feira (28) que cerca de 15 mil homens e mulheres serão responsáveis pelo esquema de segurança na conferência Rio+20, que será realizada entre os dias 13 e 22 de junho, no Rio de Janeiro. A novidade será a instalação de um centro de prevenção de a ataques cibernéticos, cujo investimento foi de R$ 20 milhões custeados pelo governo.
“Essa parte de defesa cibernética diz respeito a uma ameaça nova, e nós temos que lidar com essa ameaça que pode também causar transtornos para a conferência. (...) Sabemos que são coisas que acontecem no mundo de hoje. Você tem que estar prevenido", disse.
"É claro que nenhum país do mundo consegue garantia absoluta de 100%, mas acho que estamos bem preparados para dar tranquilidade ao evento. Os documentos estarão disponibilizados da maneira adequada, com toda a segurança que é possível fazer", completou o ministro. Segundo ele, nenhuma ameaça neste sentido foi detectada previamente.
Do efetivo total, serão deslocados 8.000 soldados e oficiais das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), o que inclui guarnições de outros Estados, a exemplo da brigada de Juiz de Fora (MG) e da aviação do Exército de Taubaté (SP). Além disso, o plano de segurança terá 7.000 homens das polícias Civil, Militar e Federal, a Guarda Municipal, e a Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
De acordo com o ministro, as estratégias foram articuladas a partir de orientações da presidente da República, Dilma Rousseff, que designou o comandante do CML (Comando Militar do Leste), general Adriano Pereira Júnior, para coordenar os trabalhos.
Na perspectiva do Ministério da Defesa, manifestações de ativistas e de movimentos sociais devem "transcorrer dentro da normalidade", e caberá principalmente à Polícia Militar administrar os possíveis protestos. Segundo Amorim, todos os atos serão respeitados como "manifestações de opinião".
"Não sei se haverá razões para protestos. Em relação a manifestações, é natural que aconteça e elas terão que ser tratadas para garantir a segurança de todos e com o respeito devido à manifestação de opinião, algo que nós prezamos muito em um regime democrático", disse Amorim.
O departamento de segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) será responsável por cumprir os protocolos no perímetro do Riocentro, o principal palco da Rio+20, na zona oeste do Rio, com o apoio de tropas de fuzileiros navais. O espaço público que deverá contar com o maior número de manifestações é o aterro do Flamengo, na zona sul, onde será sediada a Cúpula dos Povos.
Amorim garantiu que as Forças Armadas atuarão não só no patrulhamento terreste, mas também no monitoramento do espaço aéreo e na guarda marítima adjacente. Questionado sobre um possível fechamento dos aeroportos do Rio --Galeão e Santos Dumont--, o ministro da Defesa afirmou "não ter ouvido nada a respeito".
"Há um espaço relativamente restrito que é a proteção do espaço aéreo do próprio Riocentro, e haverá a chegada dos aviões como em qualquer evento desse tipo, onde será dada prioridade aos voos dos chefes de Estado. Mas não se falou nada sobre fechamento de aeroportos", disse o ministro.
Segundo o general Adriano Pereira Júnior, há possibilidade de que as restrições do espaço aéreo em face à chegada das comitivas internacionais provoquem alterações aleatórias na aviação civil. No entanto, ele acredita que isso só ocorreria caso "alguma situação saísse da normalidade".
De acordo com o Exército, todos os chefes de Estado desembarcarão no Rio de Janeiro utilizando a base da força aérea na Ilha do Governador, na zona norte da cidade. Mais de 400 batedores e 30 helicópteros, além de tanques das Forças Armadas e blindados das polícias do Rio, darão apoio logístico para a segurança do evento.
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