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Traficantes invadem delegacia e resgatam um dos líderes do tráfico em Manguinhos, no Rio

Diego de Souza Feitoza, o DG, foi resgatado por criminosos fortemente armados que invadiram a 25ª DP, no Engenho Novo, na zona norte do Rio. O suspeito é apontado como homem de confiança de Marcelo Piloto, o chefe do crime organizado na região do Complexo de Manguinhos. - Divulgação/Disque-Denúncia
Diego de Souza Feitoza, o DG, foi resgatado por criminosos fortemente armados que invadiram a 25ª DP, no Engenho Novo, na zona norte do Rio. O suspeito é apontado como homem de confiança de Marcelo Piloto, o chefe do crime organizado na região do Complexo de Manguinhos. Imagem: Divulgação/Disque-Denúncia

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

03/07/2012 19h54Atualizada em 04/07/2012 07h43

Criminosos fortemente armados invadiram uma delegacia, nesta terça-feira (3), e conseguiram resgatar o acusado de tráfico de drogas Diego de Souza Feitoza, o DG, apontado como um dos líderes do crime organizado na favela de Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro --o suspeito tinha sido preso na manhã de hoje.

Espantada com a ousadia dos traficantes, a cúpula da Polícia Civil determinou que sejam feitas operações imediatas para recapturar o criminoso, e pediu ajuda da população. O Disque-Denúncia recebeu até o início da noite desta terça-feira (3) pelo menos nove ligações com informações sobre o paradeiro de Feitoza.

Em nota, a instituição esclareceu que DG foi resgatado quando ocupava uma cela da 25ª DP (Engenho Novo), justamente no momento em que homens da Coinpol (Corregedoria Interna da Polícia Civil) realizavam uma diligência no distrito.

Agentes de diversas unidades especializadas estão neste momento fazendo incursões pelas comunidades limítrofes de Manguinhos e do Mandela. Ainda não há informações sobre troca de tiros, feridos, prisões e/ou apreensões.

Diego de Souza Feitoza foi detido na manhã desta terça-feira (3) após sofrer um acidente de moto em um dos acessos à favela de Manguinhos. Ele tentou furar uma blitz policial em alta velocidade, na contramão, e acabou batendo contra um automóvel.

Ao ser socorrido por policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e do Batalhão de Choque, o acusado de tráfico de drogas foi reconhecido, preso e posteriormente encaminhado para a 25ª DP.

DG é considerado homem de confiança do traficante Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, acusado de gerenciar as bocas de fumo em todo o Complexo de Manguinhos.

Conheça Marcelo Piloto

Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, vulgo “Marcelo Piloto" ou "Celo", é um dos criminosos que integram a cúpula da facção criminosa Comando Vermelho (CV), e atualmente é o responsável por comandar o tráfico de drogas nas comunidades Mandela I, II e III, no Complexo de Manguinhos, na zona norte do Rio.

Sempre armado com pistolas e fuzis, e cercado de seguranças, o traficante costuma promover bailes funk nas comunidades, impulsionados pela venda de drogas, e circular com veículos roubados, de acordo com informações do Disque-Denúncia. Ele também é considerado foragido do Instituto Penal Edgard Costa, em Niterói.

Piloto possui antecedentes criminais por tráfico de drogas e roubo, onde seus processos tramitam na 21ª e 30ª Varas Criminais da Capital. Além da acusação por tráfico de drogas, Veiga é suspeito de envolvimento em um esquema de venda de casas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), e um grande comprador de armas e munições.

Após a prisão do presidente da Associação de Moradores da Favela do Mandela, a Polícia Civil descobriu que o esquema de venda de casas do PAC era comandado pelo traficante, e que 12 casas do PAC foram entregues aos familiares de Marcelo Piloto.

Em junho de 2010, o acusado de chefiar o narcotráfico em Manguinhos foi flagrado em uma escuta telefônica feita pela polícia enquanto comprava munição para fuzil. Exatamente um ano depois, Piloto participou e liderou os arrastões ocorridos na Avenida Pastor Martin Luther King Jr., e nas saídas cinco e oito da Linha Amarela, por volta das 7h20.

Em relatos na 21ª DP e na 44ª DP, vítimas o identificaram e contaram que os assaltos foram rápidos, não passando de dois minutos cada.