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Justiça adia julgamento de apelações de PMs acusados de omissão na morte de coordenador do AfroReggae

Morto em 2009, Evandro João da Silva era um dos coordenadores da organização não governamental AfroReggae. - Simone Marinho/Agência O Globo
Morto em 2009, Evandro João da Silva era um dos coordenadores da organização não governamental AfroReggae. Imagem: Simone Marinho/Agência O Globo

Do UOL, no Rio

28/08/2012 17h37

O TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) adiou nesta terça-feira (28) o julgamento das apelações remetidas pela defesa dos PMs Marcos de Oliveira Sales e Leonard Nogueira Bizarro, acusados de omissão e furto no caso do assassinato do coordenador do grupo AfroReggae, Evandro João da Silva. O crime ocorreu em 2009.

A Justiça do Rio ainda não definiu uma nova data para que as alegações sejam analisadas. De acordo com o TJ, o reagendamento foi motivado pela ausência da defesa de um dos acusados, que argumentou estar doente para não comparecer à audiência. A sessão estava originalmente marcada para a tarde desta terça-feira (28).

O crime aconteceu no início da madrugada do dia 18 de outubro de 2009. Dois homens assaltaram Evandro na rua do Carmo, no centro do Rio. Os bandidos lutaram contra o coordenador do AfroReggae, que foi jogado no chão e atingido com um tiro. Os criminosos levaram o tênis e a jaqueta de Evandro, entre outros pertences.

Enquanto Evandro ainda agonizava na rua, um carro da polícia chegou ao local. O capitão Dennys Leonardo Nogueira Bizarro e o cabo Marcos de Oliveira Sales abordaram os criminosos. Pelas imagens das câmeras de segurança de estabelecimentos comerciais próximos ao local do crime, é possível ver um dos policiais com o tênis e a jaqueta de Evandro nas mãos e um dos bandidos indo embora calmamente.

Os pertences de Evandro não foram devolvidos na delegacia, e no registro da ocorrência, os policiais não informaram a abordagem aos criminosos.

Quase dois anos após o assassinato, a Corregedoria Geral Militar decidiu optar pelo arquivamento do processo em agosto de 2011. Após a decisão, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, ordenou a prisão preventiva de Bizarro por 30 dias. A Auditoria Militar já havia condenado os dois PMs em dezembro do ano anterior pelo crime de prevaricação e os inocentado pelo crime de peculato.

Bizarro foi condenado a um ano de prisão e o cabo Sales a seis meses. Contudo, o conselho da Auditoria Militar concedeu a suspensão da pena por entender que o encarceramento dos réus não contribuiria para a ressocialização e não traria benefício à população.

Os homens acusados de assassinar Evandro foram presos dez dias após o crime e julgados em maio de 2010. Rui Mário Maurício de Macedo foi condenado a 24 anos de prisão e Reginaldo Martins da Silva a 21 anos e seis meses.