Homem perde dedo em descarrilamento de trem no Rio; outras 15 pessoas ficam feridas
Um homem identificado como Ricardo Andrade, cuja idade não foi confirmada, perdeu um dos dedos da mão direita no descarrilamento de um trem da SuperVia, concessionária que administra o transporte ferroviário no Rio de Janeiro. O acidente ocorreu na manhã desta terça-feira (25), em Madureira, na zona norte da cidade.
Segundo informações de bombeiros que foram ao local, a vítima foi levada ao hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, no subúrbio, e ainda não há detalhes sobre o atendimento. Além dele, outras 15 pessoas ficaram feridas no acidente.
Algumas vítimas apresentaram hematomas leves, e outras ficaram em estado de choque. No total, sete feridos foram encaminhados para o hospital Carlos Chagas, quatro para o Albert Schweitzer, em Realengo, na zona oeste, e cinco para o Salgado Filho, no Méier, na zona norte.
A Agetransp (Agência Reguladora de Serviços Públicos de Transportes) abriu uma sindicância para investigar as circunstâncias do acidente, que provocou atrasos de 20 minutos, em média, nos outros ramais da SuperVia. Um laudo deve ser concluído em até 30 dias.
Em nota, a SuperVia afirmou que o acidente aconteceu às 6h38, quando o último vagão da composição do ramal de Japeri descarrilou ao chegar na plataforma da estação de Madureira --o trem seguia em direção à Central do Brasil.
Ainda de acordo com a nota, “a maior parte dos clientes já seguiu viagem em outras composições que passaram no local” e um dos acessos à estação foi fechado "por questões de segurança".
Ao sair dos trilhos, dois dos nove vagões da composição chocaram-se contra duas colunas que fazem a sustentação de uma das passarelas de acesso à estação. Até o início da tarde, o trem ainda não tinha sido retirado do local do acidente.
Às 11h45, a concessionária divulgou uma nova nota, afirmando que "por volta das 10h foi normalizada a circulação dos ramais Japeri, Santa Cruz e Deodoro. Equipes de engenheiros e técnicos da concessionária estão no local para a liberação do trecho interditado, previsto para as 15h. Por medida de segurança, os trens circulam em velocidade reduzida ao trafegar pela região".
Usuários reclamam
Com a batida, alguns bancos dos dois últimos vagões se soltaram e outros ficaram tortos, contou Isabela Silva, 19, atendente de uma lanchonete que funciona na parte superior da plataforma atingida pela composição. “No momento da colisão, os fornos da lanchonete se soltaram e sentimos o chão tremer.”
A empregada doméstica, Cláudia Conceição, 40, saiu de Mesquita, na Baixada Fluminense, para o trabalho em Madureira e enfrentou atrasos. Ela contou que os problemas são constantes e reclamou, principalmente, do estado de conservação dos trens. “É uma vergonha. Os trens estão uma porcaria. Os trabalhadores chegam todos os dias atrasados no trabalho por causa do atraso das composições. Eles têm que melhorar, pois do jeito que está não dá para continuar.”
Moradora de Realengo, na zona oeste, a funcionária pública Maria da Luz, 45, disse que mesmo quando não há acidentes, os atrasos são constantes nas linhas de trem. “Ultimamente, tem sido constante o trabalhador carioca passar por esse constrangimento, principalmente na hora do rush. Mandam um trem inferior a nove carros, com horário estupidamente ultrapassado, depois mencionam que o trabalhador é vândalo e abre a porta do trem, quando na verdade, há excesso de contingente. E a passagem de R$ 2,90 é muito cara para andarmos do jeito que a gente anda”, reclamou.
De acordo com o diretor-executivo do Sindicato dos Ferroviários do Rio, Pedro Ricardo de Oliveira Neto, funcionários que trabalhavam em outras composições pela manhã relataram que a espera por um trem chega a até uma hora. “Teve um que ficou mais de uma hora parado em Deodoro. O empregado vai atrasar uma hora [para chegar] ao trabalho. O chefe vai achar que ele está mentindo, porque a notícia é de que o atraso é só de 20 minutos.”
Trens velhos
No Twitter, usuários questionaram o uso de trens velhos na linha. Em resposta, a concessionária informou que "a renovação da frota já está em andamento".
"A composição que descarrilou nesta manhã faz parte da série de trens que serão amplamente reformadas com ar-condicionado e novos equipamentos. Já estão em circulação oito trens deste modelo já reformados e até o fim do ano, outras 7 composições revitalizadas serão entregues à operação. Além de ar condicionado, os trens modernizados têm novas instalações internas e revisão dos motores de tração e jogo de rodas", disse a SuperVia em nota. A empresa afirmou que o investimento é de R$ 190 milhões.
Um problema no trecho Japeri-Central do Brasil também foi registrado na segunda-feira (24). Segundo a concessionária, uma composição teve problemas no sistema pneumático. Após uma vistoria da equipe técnica, o trem seguiu viagem.
Na quinta-feira passada (20), houve atrasos em alguns ramais, o que provocou tumulto na estação de Madureira, e na última sexta-feira (21), um trem sem passageiros enguiçou próximo à estação de São Cristóvão, na zona norte, e paralisou a linha por cerca de 30 minutos, causando atrasos em outros ramais. (Com Agência Brasil)
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