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Promotor nega "acordão" com advogados para "aliviar" pena de Macarrão

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Contagem (MG)

23/11/2012 16h29

Em sua fala inicial na manhã desta sexta-feira (23), o promotor Henry Castro negou a suspeita levantada ontem (22) pela defesa de Bruno Souza de que haveria um "acordão" entre a promotoria e os advogados de Luiz Henrique Romão, o Macarrão.

Segundo a denúncia, feita pelo advogado Lúcio Adolfo Silva, que assumiu a defesa de Bruno no início desta semana, pelo acordo a promotoria iria "aliviar" Macarrão das acusações de sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver, sendo mantida apenas a de homicídio triplamente qualificado.

A reportagem do UOL conversou com Vasconcelos na tarde desta sexta, durante intervalo da sessão. "Não houve acordo nenhum. Isso não ficou claro na minha fala inicial de hoje?", disse o promotor.

"Macarrão será condenado de qualquer jeito. Somente pelo crime de homicídio triplamente qualificado ele receberá a pena de, no mínimo, 12 anos de prisão, sem contar as outras acusações."

Julgamento de Bruno

O advogado Lúcio Adolfo da Silva, que defende o ex-goleiro Bruno, afirmou nesta sexta-feira (23) que o julgamento de Macarrão de Fernanda Castro é, na verdade, o julgamento do ex-atleta.

"A promotoria está trabalhando na condenação do Bruno desde hoje", afirmou Silva, ao deixar a sala do Tribunal do Júri. "Parece que é o julgamento do Bruno", disse.

De acordo com o advogado, há uma "tensão" por conta do júri que decidirá o futuro de Macarrão de Fernanda Castro. "A tensão é grande e eu estou pronto para suportar qualquer resultado", afirmou.
 

Veja como foi cada dia do julgamento

1º diaMarcos Aparecido dos Santos, o Bola, fica sem advogado depois que Ércio Quaresma se recusa a fazer sua defesa preliminar no tempo estabelecido pela juíza. Bola, então, rejeita um defensor público. Com isso, ele tem seu julgamento adiado para data ainda a ser definida
 A juíza dispensa sete jurados que participaram de outro júri de Bola e o absolveram da morte de um carcereiro
 Fernando Diniz, advogado do Luiz Henrique Romão, o Macarrão, também ameaçou abandonar a defesa, mas voltou atrás
 Também nesta segunda-feira foram definidos os sete jurados que decidirão o futuro dos réus. O corpo de jurados ficou definido com seis mulheres e um homem
2º dia O segundo dia do júri do caso Eliza Samudio foi marcado pela substituição de um dos advogados do goleiro Bruno Fernandes e terminou com um momento de intimidade entre o ex-jogador e sua atual namorada Ingrid Oliveira.
  Bruno dispensou o advogado Rui Pimenta, que disse estar surpreso.
 A sessão de hoje foi marcada também pelo choro de Dayanne de Souza, ex-mulher do jogador, e Fernanda de Castro, ex-amante do goleiro, ambas acusadas de participação no desaparecimento de Eliza Samudio.
 Por um pedido da Promotoria, a juíza Marixa Fabiane decidiu desmembrar o julgamento de Dayanne, de modo que o advogado Francisco Simim passasse a defender apenas Bruno neste júri. Com isso, ela será julgada em outra data.
  A juíza Marixa Fabiane aplicou uma multa de R$ 18,7 mil para os três advogados de Bola, que abandonaram o júri.
3º dia Em outro dia tumultuado, o ex-goleiro Bruno conseguiu ter seu julgamento desmembrado. Ele será julgado em 4 de março de 2013.
  Macarrão depõe e incriminou Bruno. Ele disse que o ex-goleiro pediu para ele levar Eliza para um local perto da Toca da Raposa. Lá, ela desceu do carro que ele dirigia e foi colocada em um Pálio preto. Ele, no entanto, não disse textualmente que Eliza está morta.
4º dia No quarto dia do julgamento, só Fernanda Castro, ex-amante de Bruno, prestou depoimento. Ela disse que só soube da morte de Eliza por causa do depoimento de Macarrão, dado na quinta-feira (22), na madrugada.