Para Zuenir Ventura, Niemeyer "nos acostumou com a ideia de que era imortal"
O escritor Zuenir Ventura diz que Niemeyer “nos acostumou tanto com a ideia de que, além de gênio, era imortal, que a morte acabou pegando a gente de surpresa” . “Fiquei com a esperança de que alguém ia desmentir a morte dele”, conta o autor de “1968: O Ano que Não Terminou”.
Eles se encontraram pela última vez há dois meses. Ventura ressalta como Niemeyer ajudou pessoas durante a ditadura. “Ele sempre dava um jeito de mandar um dinheiro para quem estava no exílio, como Luiz Carlos Prestes.”
“O clichê é clichê, mas é irreparável essa perda. Um Niemeyer só se faz de cem em cem anos.”
Ele brinca que, numa de suas últimas internações, o arquiteto acordou e deu de cara com o neurocirurgião Paulo Niemeyer, seu sobrinho, e disse: “Porra, Paulinho, desta vez quase que eu me fodi”. “Era impressionante como ele falava muito palavrão.”
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