Corregedoria da PM prende seis policiais da Força Tática suspeitos da morte de três jovens em Poá (SP)
A Corregedoria da PM-SP (Polícia Militar de São Paulo) prendeu nesta sexta-feira (4) seis policiais militares da Força Tática suspeitos pela morte dos jovens Fernando Ferreira Ribeiro, 17, Thiago Rodrigues Alves, 23, e Alan Rodrigues Alves, 18, em Poá, Grande São Paulo, no último dia 27.
A denúncia de que os três teriam sido mortos pela PM foi feita por Celso Ribeiro, pai de Fernando, no dia 29 de dezembro, segundo o major Marcelino Fernandes da Silva, chefe do Departamento Técnico da Corregedoria da PM.
Testemunhas, entre elas amigos das vítimas, relataram que os jovens foram abordados por policiais por volta de 23h do dia 26 de dezembro em um terminal rodoviário de Poá.
Imagens de uma câmera de segurança do terminal obtidas pela Corregedoria mostram a ação dos PMs. As imagens mostram os policiais abordando um carro Corsa Sedan vermelho que estava em poder dos três rapazes. O veículo, segundo o major corregedor, era roubado. Após a abordagem, um dos PMs seguiu guiando o carro e os outros policiais conduziram os três jovens para um carro da polícia.
O corpo de Fernando foi encontrado no dia 27 de dezembro em Mogi das Cruzes, município vizinho a Poá, com dois tiros na nunca. Já os corpos que seriam dos outros dois jovens foram encontrados carbonizados em Itaquaquecetuba hoje . Ainda será realizada uma perícia no corpo dos jovens, mas familiares já reconheceram o tênis de Thiago, que tinha passagem na polícia por tráfico de drogas.
Os PMs alegam inocência e negam os crimes, eles disseram que após a abordagem, os rapazes foram liberados.
A Corregedoria da PM apura ainda o envolvimento de outros policiais no crime e na ocultação dos cadáveres.
De acordo com o major, em meio aos corpos havia penas de urubus, o que pode indicar que os cadáveres ficaram algum tempo expostos antes de serem queimados.
PMs presos
Foram presos um tenente --que já tem envolvimento em três ocorrências seguidas de morte--, um sargento e quatro soldados. Os nomes das policiais militares não foram divulgados porque as investigações ainda estão em curso e para preservar as testemunhas, segundo o major.
Todos os agentes são do 35º Batalhão de PM, que é da cidade de Itaquaquecetuba. Quando questionados sobre a ação em outra cidade, eles responderam que é uma área muito próxima e que estavam fazendo abordagem de rotina.
Os seis estão detidos na corregedoria, porém em breve o corregedor vai pedir à Justiça a transferência para o presídio militar Romão Gomes, na capital.
Se confirmada a participação dos PMs nos homicídios, eles podem ser expulsos da corporação, e no caso do sargento e do tenente, terem as patentes cassadas.
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