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Temporal rompe dique em Magé (RJ); 127 famílias estão fora de casa

Julia Affonso

Do UOL, no Rio

18/03/2013 16h17

O dique do rio Roncador, que passa por Magé, região metropolitana do Rio de Janeiro, se rompeu na tarde desta segunda-feira (18) e alagou o bairro Vila Liberdade, no município. Segundo a prefeitura da cidade, a água invadiu as casas da região deixando 120 famílias estão desalojadas e sete desabrigadas. Até o momento não há vítimas. Chove no Estado desde a tarde de domingo (17).

A Defesa Civil de Magé decretou estado de alerta no município. Nas últimas 24 horas, choveu mais do que o volume esperado para todo o mês de março. Na estação de monitoramento pluviométrico, foi constatado que nas últimas 24 horas o volume de chuva bateu a marca de 160 milímetros –o esperado para todo o mês era o equivalente a 280 milímetros. O rio Roncador, no primeiro distrito, transbordou, e as equipes da Defesa Civil identificaram pontos de deslizamentos, mas os principais problemas detectados na cidade são as inundações.

A prefeitura ainda não sabe a extensão do alagamento, mas informou que o rio triplicou de volume depois do temporal. No momento, continua chovendo forte no município e agentes estão de prontidão acompanhando o monitoramento do volume de água que está caindo.

De acordo com informações da prefeitura, o secretário estadual de Ambiente, Carlos Minc, vai enviar um engenheiro para avaliar uma obra de desvio do rio Roncador que está parada há décadas no bairro Vila Liberdade e que evitaria alagamentos nas casas ribeirinhas.

O rio Inhomirim também está sob monitoramento, em estado de alerta de transbordamento, assim como a área agrícola do município, por conta da inundação. Também está em alerta, no distrito de Santo Aleixo, o Morro do Sertão, por conta de deslizamentos. A Escola Municipal Olga Repani, no Centro, está funcionando como abrigo municipal e recebeu os moradores desabrigados.

Tragédia em Petrópolis

O prefeito de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, Rubens Bomtempo, afirmou nesta segunda-feira (19) em entrevista coletiva que ainda há cerca de 5.000 famílias morando em áreas de risco na cidade. A cidade foi a mais atingida pela chuva, que deixou 16 mortos em Petrópolis.

Segundo o governador do Rio, 650 pessoas ficaram desabrigadas --140 famílias-- devido à chuva. Essas pessoas foram encaminhadas para 18 abrigos, dos quais 16 são escolas estaduais e municipais e dois são instituições religiosas. AS escolas municipais Papa João Paulo e Marcelo Alencar são as que concentram o maior número de famílias.

Cabral afirmou ainda que o sistema de alerta da prefeitura funcionou com êxito. "Muitas vidas foram poupadas", explicou o governador. Ele disse que todo o grupo de Salvamento do Corpo de Bombeiros Estadual --250 pessoas-- está mobilizado em Petrópolis. Além disso, 500 pessoas foram contratadas emergencialmente para atuar no serviço de limpeza urbana.

Para isso, foram liberados R$ 3 milhões por parte do Estado e R$ 200 mil pela prefeitura para ações de assistência social. Segundo o prefeito, Rubens Bomtempo, serão contratadas mais 500 pessoas e a compra de material de higiene, fraldas, leite em pó e itens básicos para quem ficou sem residência será priorizada.

Teresópolis

Segundo a Defesa Civil, a chuva não deixou vítimas em Teresópolis, onde houve duas quedas de barreira --uma no bairro Santa Cecília e outra em Guarani--, uma queda de muro em Corta Vento, um deslizamento na Coreia e um alagamento em Vargem Grande. Durante a noite, as maiores quantidades de chuva foram de 168mm no Rosário, 100mm no Corta-vento e 89,4mm na Quinta Lebrão. Nesta manhã, a chuva diminuiu e caiu fina.

Angra dos Reis

Em Angra dos Reis, equipes da Defesa Civil se deslocaram por volta das 21h de domingo para o Parque Mambucaba, a Japuíba e o Pontal, onde houve transbordamento de rios. Em Mambucaba, o rio que passa pelo bairro já teve seu pico de maré. Na Japuíba, outro rio tem pontos de transbordamento na altura das ruas Rio Bonito e Mangaratiba.

Rio de Janeiro

A chuva colocou a capital fluminense em estado de atenção. O Rio de Janeiro entra neste nível quando há previsão de chuva moderada, ocasionalmente forte, nas próximas horas. Neste estágio, os operadores do Sistema Alerta Rio, da prefeitura, ficam em constante comunicação com os órgãos municipais que atuam nas situações de chuva.

Mais chuva

Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a previsão para a região serrana nesta segunda-feira é de tempo nublado a encoberto com pancadas de chuva e trovoadas. A possibilidade de chuva é de 60% a 90% durante a tarde e a noite. A temperatura fica entre 16 °C e 25 °C. Já para terça-feira (19), a previsão é de tempo nublado a encoberto com chuva, com temperatura variando entre 14 °C e 24 °C. O governador Sérgio Cabral afirmou que o município está em alerta máximo: "Estamos ainda em alerta máximo, total alerta máximo. (...) Peço encarecidamente para que as pessoas não saiam de suas casas."