Usuário terá de fazer novo cartão para ter Bilhete Único Mensal em SP
Os cartões de Bilhete Único que atualmente estão sendo utilizados por usuários de ônibus municipais em São Paulo não irão servir na modalidade do Bilhete Único Mensal, prevista para entrar em vigor no mês de novembro. Com isso, os passageiros terão de fazer um novo cartão, que será fornecido pela prefeitura de forma gratuita.
As informações foram divulgadas pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e o secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, nesta terça-feira (2).
A nova modalidade irá permitir ao passageiro fazer quantas viagens quiser por um valor fixo mensal, que ainda não foi definido pela prefeitura.
Segundo a prefeitura, há cerca de 22 milhões de cartões do Bilhete Único atualmente. Os cartões usados hoje continuarão funcionando mesmo após a implantação da modalidade mensal, mas só poderão ser utilizados nas condições atuais, nas quais a tarifa permite ao passageiro fazer até quatro viagens em um período de três horas.
Já o cartão do Bilhete Único Mensal também poderá ser utilizado na modalidade atual.
O cadastramento dos interessados no Bilhete Único Mensal começará no dia 15 de abril e será feito pela internet, em um página criada pela SPTrans.
ENTENDA O NOVO SISTEMA
1º passo | O usuário se cadastra na internet para receber o Bilhete Único Mensal |
2º passo | Cadastrado, ele vai pagar um valor fixo, que ainda não foi definido, por mês. Em troca, pode usar o bilhete para viagens ilimitadas durante 30 dias. |
3º passo | O Bilhete Único Mensal funcionará como o atual cartão, mas para impedir fraudes a prefeitura quer que as catracas dos ônibus tenham leitores biométricos (de impressão digital) |
Os usuários deverão informar seus dados de identificação e endereço e enviar uma foto. O cartão será enviado pelo Correio.
Além do cadastramento na internet, a prefeitura fará o cadastramento de forma presencial em postos das SPTrans e em outros locais a serem definidos.
A fase de cadastramento será permanente, mesmo após o Bilhete Único Mensal entrar em vigor. Entretanto, para que o passageiro tinha acesso à modalidade logo que começar, terá que se cadastrar em novembro.
O cartão do Bilhete Único Mensal poderá ser carregado pela internet, com cartão de crédito ou em postos físicos da SPTrans.
Caso perca o cartão, o usuário terá de pagar um valor equivalente a sete tarifas vigentes para ter a segunda via (atualmente este valor seria de R$ 21). No caso de estudante, que paga metade da tarefa, valor será de dez viagens (R$ 15).
Integração com o metrô depende de decisão política, diz Haddad
Segundo Tatto, os novos cartões terão monitoramento online e contarão com chips para evitar fraudes. “Vamos conseguir acompanhar uma anomalia de um fraudador. Teremos os dados de todos os usuários.”
Até o Bilhete Único Mensal entrar em vigor, o sistema irá passar por “uma fase de atualização tecnológica”, segundo afirmou Haddad.
A prefeitura abrirá licitação para contratar a empresa que irá implantar o sistema. De acordo com Tatto, com a implantação do Bilhete Único Mensal, os subsídios pagos às empresas de ônibus devem subir em R$ 400 milhões por ano.
Inicialmente, o Bilhete Único Mensal só deverá ser utilizado nos ônibus municipais. De acordo com Haddad, prefeitura e governo do Estado estão se reunindo com frequência para viabilizar a integração com o metrô e com a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que já ocorre na modalidade atual.
“[Integrar com Metrô e CPTM] é uma decisão técnica e política. Não posso responder porque não cabe a mim. Nós, da prefeitura, estamos 100% convencidos que é uma medida boa para São Paulo se pudéssemos integrar o bilhete. Tecnologicamente falando, não haveria obstáculos. Tecnicamente falando, envolve questões de Orçamento e outras coisas que não posso adiantar”, disse.
O prefeito não acredita que o Bilhete Único Mensal provocará aumento significativo nos usuários do metrô e da CPTM, caso a integração ocorra, nem irá sobrecarregar os ônibus municipais.
“Nossa percepção é de que o afluxo de novos passageiros deve ocorrer nos horários em que o sistema está ocioso. A passagem para o trabalho e o estudo vai continuar basicamente sendo a mesma. Estamos prevendo que nos horários ociosos provavelmente vamos ter mais passageiros”, afirmou.
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