"Não sei se choro ou rio", diz Carlinhos de Jesus sobre prisão de PMs no Rio
O dançarino Carlinhos de Jesus esteve na sede da Polícia Civil, no centro do Rio de Janeiro, no início da tarde desta terça-feira (9), acompanhando a apresentação de quatro homens presos acusados de terem matado seu filho Carlos Eduardo Mendes de Jesus, o Dudu.
"Não sei se eu choro ou rio de alegria, ele era muito bom, muito alegre. É uma sensação de emoção, de alegria pela solução do caso, a apresentação dos culpados. O coração fica confortável", afirmou Carlinhos de Jesus, chorando, muito emocionado. "É muito grave a participação de policiais, na medida em que a gente espera outra postura deles. São pessoas más infiltradas na polícia e não podem denegrir a imagem da instituição.”
Os três policiais militares Miguel Ângelo (lotado no Batalhão do Leblon), André Pedrosa (lotado no Batalhão de Campo Grande) e Wellington Pinheiro (lotado na UPP Olaria) e o ex-PM Marlon Soares estão presos preventivamente e responderão por homicídio duplamente qualificado, com motivo torpe e sem defesa para vítima.
O crime ocorreu na madrugada do dia 19 de novembro de 2011, no bairro de Realengo, em frente a uma casa de shows, onde a vítima havia acabado de se apresentar com sua banda. Dudu foi surpreendido pelos atiradores, que o atingiram com nove tiros, quando ele se dirigia ao seu carro.
As investigações da polícia duraram um ano e seis meses. Segundo o delegado, o crime teve duas vertentes: crime passional e vingança. Nenhum dos presos confessou participação no assassinato.
"No dia 1º de outubro [de 2011], houve uma discussão e uma briga entre os integrantes da banda do Carlos Eduardo [era vocalista do grupo Samba Firme] com o PM Miguel Ângelo. Já no dia 17 de novembro, o ex-PM Marlon, que havia tentado intermediar essa briga, estava com uma mulher em um show. Nesse dia, ela largou o Marlon para ficar com o Carlos Eduardo”, explicou o delegado da Divisão de Homicídio Rivaldo Barbosa. “A junção desses fatos gerou um crime passional e de vingança. O Wellington e o André são partícipes, colaboraram e auxiliaram na logística do crime. Existem muitas provas, escutas telefônicas, informações do Disque-Denúncia e evidências.”
O delegado afirmou que falta apenas encontrar as armas do crime. Segundo Barbosa, eles podem pegar até 40 anos de prisão se condenados. Todos foram presos em suas casas, na zona oeste da cidade.
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