Defesa comemora depoimento de delegado que investigou o caso Eliza
A declaração do ex-delegado Edson Moreira, responsável pela chefia das investigações do sumiço da ex-modelo Eliza Samudio, de que a mão da vítima não foi atirada aos cães, marcou o terceiro dia do julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de ser o executor de Eliza. A versão, dada por um primo do goleiro Bruno Fernandes, condenado pelo crime, desencadeou as prisão de todos os envolvidos no caso, em 2010. A Promotoria preferiu classificar a fala como subjetiva. A defesa de Bola considerou que a declaração ajudará na absolvição de Bola.
Segundo a primeira versão do crime contra Eliza, dada por Jorge Luís Rosa, primo de Bruno, ele e Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, também condenado pelo crime, teriam levado Eliza e o filho dela até a casa de Bola. No local, a moça supostamente foi morta por asfixia e esquartejada. Depois a mão da garota foi atirada aos cães de Bola. À época do crime, em 2010, Rosa era menor de idade.
O ex-delegado, no entanto, deu outra versão nesta quarta. "Nós estamos diante de um especialista na arte de matar e dissimular [referindo-se a Bola]. Então, [ele] asfixiou a vítima, quase não saiu sangue. Ele pediu aos dois [Macarrão e Rosa] que saíssem do recinto, que ele ia picar a vítima", disse Moreira. "Passou-se um tempo. O autor [Bola] sai simulando que tinha picado a vítima e fala: 'olha a mão dela', e joga no canil. Os dois saem correndo do local. Aquilo foi um dissimulação do autor, que não queria que eles soubessem onde o corpo seria jogado para que, no futuro, [caso a polícia interrogasse-os] pudesse desacreditar as testemunhas", disse o ex-policial.
O julgamento foi suspenso e será retomado nesta quinta-feira (24).
Para Henry Castro, promotor responsável pela acusação de Bola, a declaração do ex-delegado, hoje vereador em Belo Horizonte, não é possível trabalhar com "elucubrações". "Nós devemos entender que o doutor Edson [Moreira] apresentou uma versão concebível, verossímel", afirmou.
Para a defesa de Bola, a declaração do ex-delegado foi "a maior das novidades". "Beira a absolvição. Acreditamos nisso", afirmou o advogado Fernando Magalhães, que defende Bola.
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