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Cabral anuncia museu em memória de vítimas da ditadura em antigo prédio do Dops

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio

08/05/2013 14h27

O governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, anunciou nesta quarta-feira (8) que cederá o prédio que serviu como sede do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) na capital fluminense para a instalação de um museu em memória das vítimas da ditadura militar.

O prédio, localizado na rua da Relação, no centro do Rio, abrigou presos políticos e práticas de tortura. Agora, segundo o governador, servirá para contar a história da repressão.

“Vamos restaurar o prédio da rua da Relação e dar àquele local a dignidade da verdade”, anunciou Cabral, em discurso durante a cerimônia de posse dos membros da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro. O grupo irá investigar casos de tortura, desaparecimentos e assassinatos cometidos pelo governo ditatorial, entre outras coisas. 

A criação do museu no prédio era uma reivindicação antiga de militantes pelos direitos humanos. Já estiveram presos na antiga sede do Dops personalidades como Luiz Carlos Prestes, Olga Benário e Mário Lago. A Polícia Civil do Rio de Janeiro, entretanto, briga pela posse do espaço, para que ele seja transformado em um museu da corporação.

Para Cabral, um projeto não invalida o outro. “É perfeitamente possível eles conviverem [os dois museus]”, disse o govenador, minimizando a polêmica da destinação do prédio. “Ninguém é contra a memória, mas a memória mais importante é que aquele prédio foi local de torturas de presos políticos e processos covardes.”

Ainda não há uma data de inauguração do museu em memória das vítimas. O prédio do antigo Dops, no entanto, já está em obras para restauração. Segundo o governador, a ideia é que membros do governo se reúnam com interessados na criação do museu para que eles elaborem juntos um plano do local e o coloquem em prática o mais brevemente possível.

Nesta quarta-feira, o presidente da Comissão da Verdade do Rio, Wadih Damous, também evitou dar prazos para a abertura do museu. Ele é um dos defensores da criação do espaço de memória dos crimes cometidos pela ditadura. Afirmou, entretanto, que ainda precisará dialogar com o governo para definir como o museu funcionará.