Latrocínios crescem 74% na capital; 'todos puxaram o gatilho', diz pai de vítima

O número de latrocínios na cidade de São Paulo nos primeiros quatro meses do ano teve uma alta de 74% com relação ao mesmo período de 2012, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (24) pela SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública). No total, 54 pessoas foram assassinadas durante tentativa de roubo em 2013, ante 31 no primeiro quadrimestre do ano passado.

No Estado de São Paulo, o aumento foi de 16% no primeiro quadrimestre em relação ao ano passado. Foram 137 casos em 2013, frente a 118 em 2012.

O secretário da Segurança Pública, Fernando Grela, defendeu o aumento do policiamento ostensivo para evitar este tipo de crime, e afirmou que "os latrocínios tiveram uma pequena alta na capital, mas caíram no interior".

"Uma das formas de combater este tipo crime é transferindo as investigações destes casos para o Deic (Delegacia de Investigações sobre Crime Organizado), já que este tipo de crime é um roubo que não deu certo, e desta forma fortalecerá o poder de investigação do DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa)".

Antes o DHPP ficava responsável pelas investigações de latrocínios em SP.

Homicídios

Os homicídios no Estado de São Paulo ultrapassaram a marca de 1.500 casos nos primeiros quatro meses de 2013 pela primeira vez nos últimos três anos. A estatística é equivalente a mais de seis vezes o número de vítimas do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS), que matou 242 pessoas. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (24) pela SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo).

Entre janeiro e abril de 2013 foram registrados 1.552 homicídios dolosos (com intenção de matar) no Estado. Isso representa um aumento de 6,5% em relação ao mesmo período de 2012, e de 13,8% na comparação com os dados de 2011. Em média, 13 pessoas foram assassinadas por dia no Estado este ano.

'Todos são culpados'

Para Valdir Deppman, pai de Victor Hugo Deppman, 19, morto durante um assalto em 9 de abril, "todos os políticos, o Alckmin [governador de SP], a Dilma [Rousseff, presidente da República], o ministro da Justiça, todo mundo ajudou a puxar o gatilho, não só o cara que executou meu filho, porque eles não fazem nada".

Segundo ele, “o policiamento que temos no bairro [Belém, zona leste de São Paulo] é muito ruim, não me sinto seguro aqui”.