Dez mil protestam em Curitiba vigiados à distância pela PM; grupo invade sede do governo
Cerca de 10 mil pessoas, segundo a Polícia Militar –ou 20 mil, de acordo com a organização– se reuniram na noite desta segunda-feira (17), no centro de Curitiba, para um protesto que teve como principal alvo o recente aumento de R$ 0,20 na tarifa do transporte público da cidade. A manifestação também funcionou como demonstração de apoio a protestos semelhantes realizados em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e diversas outras cidades.
Os manifestantes se reuniram na Boca Maldita, no calçadão da rua 15 de Novembro, e dali saíram, pouco depois das 18h, em caminhada que passou pela praça Rui Barbosa, principal terminal de ônibus da cidade, e o Terminal Guadalupe, de onde partem linhas para a região metropolitana. O protesto organizado foi encerrado por volta das 21h, na praça Santos Andrade.
Protestos contra o aumento da tarifa do transporte coletivo
$escape.getHash()uolbr_tagAlbumEmbed('tagalbum','52727+AND+29229+AND+5109', '')Parte dos manifestantes, porém, resolveu seguir até o Centro Cívico, sede dos governos municipal e estadual –o que não era desejo dos organizadores do evento, que temiam por um confronto com o Batalhão de Guarda da PM, responsável pelo policiamento no local.
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Agora sem a mesma organização de antes, o protesto ganhou ares de baderna. Um grupo mais exaltado tentou invadir o Palácio Iguaçu, sede do governo estadual. Alguns manifestantes picharam na parede do prédio a frase “Estado fascista”, sob vaias de outros, que criticaram o que chamaram de vandalismo. Outros colaram cartazes nas portas e paredes do palácio –já deserto àquela altura.
Por volta das 22h15, um grupo de cerca de 100 pessoas que permaneceu em frente a um portão de aço que dá acesso lateral do Palácio Iguaçu começou a chutá-lo. Outros manifestantes atiravam cones de sinalização de trânsito e bolos de fita crepe. Mesmo a alguma distância, ouvia-se barulho de vidros se partindo.
Em alguns minutos, o portão caiu. Atrás dele, estavam homens do Batalhão de Choque da PM, que responderam com bombas de gás lacrimogêneo para dissipar a multidão. O pequeno grupo de manifestantes que permaneceu no estacionamento do Palácio Iguaçu respondeu, atirando o que tinham a mão.
A multidão só começou a se dispersar minutos depois, quando a polícia lançou mais algumas bombas de gás lacrimogêneo. Por volta das 22h50, a maioria dos manifestantes já deixava o Centro Cívico rumo ao centro da capital.
Variedade
Embora o estopim para as manifestações paulistanas e sua similar curitibana fosse o preço do transporte coletivo, cartazes empunhados pelos manifestantes mostravam que a pauta de reivindicações de quem foi à rua era bem mais ampla.
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Os cartazes bradavam contra a Copa do Mundo no Brasil –um deles mandava o presidente da Fila, Joseph Blatter, “calar a boca”–, as filas do SUS (Sistema Único de Saúde) e a corrupção.
Outro manifestante mandou um recado ao ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho (sem partido, ex-PSB), acusado pelo MPE (Ministério Público Estadual) de matar dois jovens num acidente de trânsito, em 2009. Segundo a acusação, ele dirigia em alta velocidade, embragado e com carteira de habilitação vencida. “Não esquecemos de você, Carli Filho”, dizia o cartaz.
A funcionária pública Renata Arruda, 32, veio sozinha à manifestação, empunhando um cartaz contra a corrupção. “Estou muito feliz de estar aqui, o povo finalmente acordou. É um despertar coletivo”, falou.
O estudante de psicologia Attila Mogor, 20, preparou um cartaz contra a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 37, que propõe retirar do Ministério Público a autonomia de investigar. “É minha principal razão para estar aqui. Não fosse o MP, escândalos como o do Mensalão não viriam à tona”, explicou.
Organização
Ao longo do trajeto, chamou a atenção a organização do evento. Vários jovens, a maioria deles com camisetas ou faixas cobrindo parte do rosto, corriam para a frente da passeata para freá-la e evitar a dispersão, e para facilitar o trabalho dos fotógrafos que acompanharam o protesto.
Eles chamavam uns aos outros de “pessoal da segurança”. Em dado momento, quando o grupo descia a rua André de Barros, tiveram um atrito com um grupo de punks, mais exaltado –um deles chegou a esmurrar um ônibus biarticulado na esquina com a avenida Marechal Floriano. Não houve briga, porém os ânimos foram serenados aos gritos de “sem violência”.
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A bióloga e estudante de pós-graduação Liz Góes, uma das organizadoras do evento e responsável pela comunicação, disse que a Frente foi formada em reunião realizada no último sábado (15), quando criou comissões para comandar a manifestação de forma mais organizada. “São cerca de 100 pessoas cuidando da segurança, comunicação e organização do protesto”, afirmou.
“Nossa bandeira é a tarifa de R$ 2,60, nos dias de semana, e a volta da tarifa de R$ 1 aos domingos”, disse ela. Atualmente, a passagem em Curitiba e região metropolitana custa R$ 2,85 durante a semana e R$ 1,50 aos domingos.
O grupo já marcou uma nova manifestação para a próxima quinta-feira (20), às 18h, na Praça Rui Barbosa. “Vamos manter o lema do movimento. Enquanto a tarifa não baixar, não vamos parar”, prometeu Fisher.
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