Passeata contra PEC se une a manifestantes contra Cabral no Rio
Centenas de pessoas realizam na tarde deste domingo (23) uma passeata contra várias causas, entre as quais a PEC 37 e o aumento da tarifa do transporte coletivo, na orla de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. O protesto começou na altura do posto 4 e seguiu até o prédio do governador do Estado, Sérgio Cabral (PMDB), na rua Delfim Moreira, no Leblon.
Mais pessoas se juntaram ao ato conforme a passeata avançou pela orla de Copacabana e agora o ato se une aos manifestantes que acampam em frente à casa do governador.
No ponto alto da passeata, isto é, entre o início da caminhada e a chegada ao prédio do governador Sérgio Cabral, estiveram reunidas mais de 4 mil pessoas, segundo estimativa do comando do batalhão da PM em Ipanema (23º BPM). Nenhuma confusão foi registrada.
O policiamento foi reforçado no local, inclusive com carros do Bope (Batalhão de Operações Especiais) circulando pelo Leblon.
Durante a passeata, um guarda municipal foi preso pela PM por estar armado. Ele é suspeito de ter utilizado a arma para intimidar um ambulante. Recebeu voz de prisão e foi conduzido ao distrito policial.
Os manifestantes gritam "Cabral, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver" e prometem continuar a vigília até amanhã, às 6h. Segundo a PM, até o momento não houve registro de confusão e/ou confronto.
Um suspeito não identificado foi detido pela PM quando tentava bater a carteira de um manifestante no meio do público e havia várias reclamações do público nesse sentido.
O ato atrai a atenção de vários veículos de comunicação internacionais, desde a rede Al Jazeera até a ESPN americana. A passeata segue agora pela praia de Ipanema em direção à casa de Cabral, onde o policiamento já foi reforçado.
A maioria dos quiosques da praia de Copacabana está protegida por tapumes, e há policiais militares posicionados em todo o calçadão.
"Queremos o fim da corrupção. Se a corrupção fosse combatida no país, 80% dos nossos problemas estariam resolvidas", disse Maycon Freitas, ligado à UCC União Contra a Corrupção.
"Temos causas que são prioritárias nesse momento como a PEC 37 e a PEC 33, o transporte público de qualidade, o fim da corrupção e a saída do [deputado Marco] Feliciano da Comissão de Direitos Humanos. (...) A presidente Dilma está sendo omissa em relação ao movimento. Nós não precisamos de médicos importados", disse Maycon Freitas, um dos organizadores da passeata.
"Os argentinos sempre comentam que o povo brasileiro não tem o hábito de reclamar dos políticos. Isso está mudando, e o que está acontecendo aqui é só o começo. Também começamos aos poucos, com o movimento das mães da Praça de Maio, e hoje temos 5 presidentes da ditadura presos", comentou o argentino Carlos Varaldo, 66, manifestante, residente no Brasil há 43 anos.
Segundo um dos policiais militares que reforçam a segurança no prédio do governador, a ordem do comando da corporação é, em caso de distúrbio civil, resistir "ao máximo". Não há agentes da Tropa de Choque. O quarteirão onde está localizado o prédio possui imóveis que estão na lista dos mais caros do Rio. Além disso, no entorno, há hotéis de luxo. O bairro do Leblon é reconhecido como um dos que possuem o metro quadrado mais caro do Brasil.
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