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Esquema de segurança para visita do papa ao Rio não será alterado, diz ministro da Justiça

Carlos Madeiro

Do UOL, em Brasília

18/07/2013 19h50

O ministro da Justiça José Eduardo Cardozo afirmou, na noite desta quinta-feira (18), que o plano de segurança para a visita do papa Francisco ao Rio de Janeiro, na próxima semana, não será alterado por conta dos últimos atos de violência.

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"Em relação aos acontecimentos de agora, conversei o secretário [José Mariano] Beltrame, que avalia que não é necessário ser adicionado nada ao que está sendo feito. Caso o governo necessite de qualquer apoio, será concedido", disse.

O ministro informou que teve uma reunião com Beltrame, o secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, nessa quarta-feira (17), na capital fluminense, para discutir o esquema de segurança para a visita do papa.

"Já no plano da Copa das Confederações, como agora, o efetivo foi aumentado. A Força Nacional estava lá, as Forças Armadas estão atuando lá, em áreas pré-determinadas. Diante do que houve até agora, podem ter a absoluta certeza de que haverá segurança", afirmou Cardozo.

O ministro da Justiça disse ainda que, "obviamente", não iria passar detalhes do esquema de segurança para a Jornada Mundial da Juventude.

Rio voltou a viver noite de protestos violentos na madrugada da quinta (18)

Na madrugada desta quinta-feira (18) um protesto em frente à casa do governador Sérgio Cabral, no Leblon, na zona sul da cidade, deixou governo e moradores atônitos  depois que um grupo de manifestantes saqueou lojas, depredou agências bancárias e ateou fogo a barricadas, impedindo o trânsito nas principais vias do bairro.

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Erir Ribeiro, demonstrou complexidade ao comentar o protesto. "Ninguém sabe quem está por trás (das manifestações). Nem a polícia. Vamos ter que negociar virtualmente. Mas com quem? Eu não sei. Todos estão perdidos", afirmou.

O protesto reuniu cerca de mil pessoas na rua Aristides Espínola, no Leblon, onde mora o governador. O confronto teve início por volta 22h30 de quarta-feira (17) quando um grupo arremessou pedras e fogos de artifício nos policiais, que revidaram com bombas de efeito moral.

Depois de dispersar os manifestantes bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo a polícia permaneceu no quarteirão de Cabral e só voltou a agir cerca de duas horas e meia depois. Nesse meio tempo um grupo de manifestantes mascarados quebrou vitrines e incendiou barricadas nas principais rus do bairro. Parte das roupas levadas de uma loja foi queimada, outra dada a garotos de rua.

Nesta quinta-feira as Forças Armadas anunciaram que farão uma linha de bloqueio no entorno do Campus Fidei, em Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro, palco principal da Jornada Mundial da Juventude, a fim de impedir a aproximação de grupos de manifestantes. O papa Francisco deve celebrar uma missa no local e fazer um pronunciamento durante a vigília que ocorrerá no terreno.

O papa vem ao Rio para participar da Jornada Mundial da Juventude, evento que acontece entre os dias 23 e 28 de julho e deve reunir cerca de 2 milhões de pessoas.