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Jornada da Juventude não me preocupa, diz presidente da CNBB após encontro com Dilma

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

21/06/2013 19h57Atualizada em 21/06/2013 20h21

Após se reunir com a presidente Dilma Roussef, o presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Raymundo Damasceno, afirmou nesta sexta-feira (21) que não está preocupado com a possibilidade de a Jornada Mundial da Juventude, que ocorre em julho no Rio de Janeiro, com a presença do papa Francisco, acontecer em meio a protestos. Ele ressaltou, porém, que é missão do Estado garantir a segurança dos participantes.

“Não estou preocupado porque tudo está correndo normalmente”, disse ao deixar o Palácio do Planalto. “Uma ou outra manifestação que possa ocorrer no período da Jornada Mundial é normal, isso tem ocorrido em outros países nas mesmas ocasiões.” Ele disse que a audiência havia sido solicitada à presidente há bastante tempo.

Ele acrescentou que a data do evento, de 23 a 28 de julho, está mantida. “Não vamos evidentemente fazer nenhuma modificação tanto na programação quanto na data de realização da jornada, com relação também à visita do Santo Padre há uma tranquilidade.”

Damasceno disse ainda confiar na atuação do Estado para garantir a segurança do público. “O governo, seja federal, estadual ou municipal, é claro, tem essa missão, essa tarefa de guardar, de garantir a segurança daqueles que vão participar da jornada, de tal modo que nós temos a certeza de que os jovens que participarão da jornada serão muito bem acolhidos e terão todas as garantias, as assistências que se fizerem necessárias para que a jornada transcorra da melhor maneira possível.”

Indagado se a presidente havia dado garantias sobre a segurança do evento, respondeu que sim. “É claro que ela vai nos garantir porque se trata de um evento muito grande, um acontecimento muito grande, nós falamos aí de dois milhões de pessoas, sobretudo de jovens.”

Ele disse também que a presidente “não externou preocupação” de qualquer tipo. “Foi uma visita tranquila e cordial. Ela está sempre atenta ao que está acontecendo, mas procurando entender o que essas manifestações querem dizer à sociedade, ao governo, para, a partir daí, quem sabe, dar enfoques diferentes em relação, sobretudo, as políticas públicas.”

Hoje pela manhã, o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou que o país deve estar preparado para realizar a JMJ sob protestos da população.

"A jornada pode, nós temos que ter clareza, ocorrer dentro de um clima, não vou dizer igual ao dos dias de hoje, porque a conjuntura evolui tão rapidamente que não tem muito como profetizar. [Mas] Temos que estar preparados para a Jornada acontecer inclusive num clima de manifestações no país", afirmou durante uma reunião preparatória para o evento realizada no Palácio do Planalto.

Mais de um milhão nas ruas

Mais de 1 milhão de pessoas participaram de protestos em várias cidades do Brasil nesta quinta-feira (20). Entre muitos atos pacíficos, houve registro de violência em confrontos entre manifestantes e policiais e atos de vandalismo em várias cidades. No interior de São Paulo, um participante de protesto morreu atropelado. Os protestos ocorreram em várias capitais e centenas de cidades nas cinco regiões do país. Ao todo, 388 cidades tiveram manifestações, incluindo 22 capitais. O crescimento da onda de protestos levou a presidente Dilma Rousseff a convocar uma reunião de emergência para esta sexta-feira e a fazer um pronunciamento que irá ao ar às 21h desta sexta em cadeia nacional de rádio e televisão.

Nesta sexta-feira, várias cidades têm novos protestos. No Rio de Janeiro, há relatos de saques e atos de vandalismo.