Protestos não comprometem a segurança do papa nem de peregrinos, diz especialista
Ainda que os protestos no Rio de Janeiro tenham sido a principal preocupação das autoridades brasileiras na preparação para a Jornada Mundial da Juventude, que acontece de 23 a 28 de julho, o coordenador do Laboratório de Análise da Violência da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), Ignacio Cano, afirma que as manifestações populares não comprometem a segurança do papa durante sua estada na capital fluminense, tampouco dos peregrinos que participarão do evento.
"Não há nenhum risco eminente para os participantes da Jornada Mundial da Juventude, até porque as ações são contra os políticos e não contra os peregrinos", afirma ele, que explica que a visita do papa é usada pelos manifestantes apenas para que os protestos ganhem mais visibilidade. "Portanto, os peregrinos brasileiros ou estrangeiros não têm nada a temer. O risco é apenas político."
Ainda assim Cano recomenda que os peregrinos evitem os locais onde são realizadas as manifestações, principalmente por causa dos potenciais confrontos com policiais. Conselho também passado pela Embaixada dos Estados Unidos aos americanos que viajam pelo país.
A Jornada Mundial da Juventude espera receber no Rio de Janeiro cerca de 1,5 milhão de católicos, a maioria dos fiéis é do Brasil, da Argentina e dos Estados Unidos, segundo dados oficiais. A quarta posição é ocupada pelos chilenos, seguidos pelos italianos, venezuelanos, franceses, paraguaios, peruanos e mexicanos.
Para o professor da Uerj, o elemento mais perigoso para os participantes é o risco relacionado às grandes aglomerações. Não atoa ele aconselha aos peregrinos os mesmos cuidados dados aos turistas que visitam o Rio de Janeiro: nada de andar com muito dinheiro na rua; deixar objetos de valor no alojamento ou hotel; e evitar o pânico diante de tumultos, roubos ou assalto.
A organização da Jornada Mundial da Juventude também sugere que os peregrinos não se esqueçam de "andar sempre" com um documento com foto. As recomendações também incluem cuidado redobrado com máquinas fotográficas, filmadoras e telefone celular, o uso do popular cinto de viagem para que o dinheiro seja carreado dentro da calça, o uso de cadeados e tiras coloridas para identificação das malas, assim como o fácil acesso a telefones de emergências, tais como da pessoa responsável pelo grupo, do consulado do seu país.
Dicas similares também são passadas pelo Consulado da Argentina no Rio de Janeiro, que acrescenta a necessidade de os turistas optarem sempre por "transportes regulares", principalmente após as ocorrências de estupros e roubos em vans não legalizadas. O órgão sugere ainda que os passeios sejam feitos em grupos e que se evite lugares escuros e isolados.
As recomendações de segurança passadas pela Embaixada da Espanha no Brasil aos espanhóis que visitam o país são mais diretas e podem beneficiar turistas de qualquer nacionalidade, inclusive os brasileiros. O órgão aponta os assaltos à mão armada que forçam as vítimas a retirar dinheiro de caixas eletrônicos como sendo a violência mais comum. "Em caso de agressão, nada de resistência, já que os criminosos podem estar armados ou sob o efeito de drogas", recomenda a notificação, que aponta que ocorrências como essas acontecem a qualquer hora do dia ou da noite.
A Espanha também alerta sobre o aumento da clonagem dos cartões bancários e aconselha aos turistas que visitam o Brasil a utilizarem preferencialmente os caixas eletrônicos dentro de bancos protegidos. E, especificamente sobre o Rio de Janeiro, cidade sede da Jornada Mundial da Juventude, o órgão espanhol aconselha que os bairros marginais (favelas) sejam evitados, assim como andar de carro pela noite por causa do risco de acidentes de trânsito provocado pela "má conservação das vias".
Blog do Mário Magalhães
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E ainda que reconheça que a segurança na cidade tenha melhorada nos últimos anos, a Embaixada da Espanha enfatiza ser sempre "conveniente" manter atenção redobrada nos pontos turísticos ao entardecer e, principalmente, quando se está sozinho. O parque natural da Tijuca, os bairros de Santa Tereza, Lapa e Cinelândia são citados como zonas de risco, assim como os arredores da rodoviária, a praia de Copacabana. É recomendo ainda que se evite os bairros históricos e comerciais da cidade após o entardecer e aos domingos.
Além de sugerir que os estrangeiros evitem se vestir como gringos, ao usar bonés, óculos brilhantes e meias pretas, o guia turístico Lonely Planet aconselha que os turistas que visitarem o Brasil não usem mochilas e tenham sempre em mãos trocados, principalmente aqueles que andarem de ônibus. Ainda assim o guia turístico alerta ser necessário sempre ter dinheiro (R$ 20 a R$ 40) para acalmar um ladrão. Outra recomendação está relacionada à recusa da oferta de bebidas e cigarros, doces ou comidas.
E, em casos de problemas, seja de assalto ou perda de documentos, Cano orienta que os peregrinos procurem a Delegação Especial de Atendimento ao Turismo da Polícia Civil ou o consulado do seu respectivo país.
Funcionamentos dos consulados
Entre os dias 22 e 29 de julho, os peregrinos da Argentina, Benin, Botswana, Filipinas, Guiana, Indonésia e Ucrânia poderão entrar em contato com seus consulados na sede da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro, que fica na avenida Marechal Câmara, 150, na região central da capital fluminense.
O atendimento, segundo a organização do evento, será feito no local porque se trata de países que não têm escritório no Rio de Janeiro, exceto a Argentina que optou pelo espaço devido ao grande número de peregrinos nativos que participarão da Jornada. O funcionamento será 24h.
Os peregrinos de outras nações poderão procurar as sedes dos consulados de seus países no Rio de Janeiro. (Clique aqui e veja como entrar em contato com o cônsul do seu país).
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