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Papa demonstra preocupação com jovens sem trabalho durante voo para o Rio

Papa Francisco carrega bagagem de mão ao embarcar em avião que o trará ao Brasil - Alberto Pizzoli/AFP
Papa Francisco carrega bagagem de mão ao embarcar em avião que o trará ao Brasil Imagem: Alberto Pizzoli/AFP

Do UOL, em São Paulo*

22/07/2013 09h51Atualizada em 22/07/2013 15h03

A bordo do avião que o leva para o Rio de Janeiro, o papa Francisco disse nesta segunda-feira (22) aos jornalistas que o acompanham na viagem que a crise mundial está "causando muitos prejuízos aos jovens". O pontífice também demonstrou preocupação com o que chamou de "geração que nunca teve trabalho".

"Há um perigo de a crise criar uma geração inteira que não deu certo'', apontou o pontífice que atrelou o trabalho e a capacidade de sustento com a dignidade dos jovens. Ele completou sua afirmação condenando o desperdício.  "É preciso acabar com esta cultura e trocá-la pela cultura da inclusão e do encontro. É preciso fazer um esforço para chegar a todos, à sociedade, e este é o sentido da minha visita: levar os jovens à sociedade", completou ele.

Esta primeira viagem, segundo ele, é para que possa se encontrar com os jovens. "Quero encontrá-los não separadamente, mas no meio da malha social. Em sociedade, já que quando isolamos os jovens lhes fazemos uma injustiça pois lhes tiramos a união", relatou o papa.

Francisco acrescentou que "os jovens pertencem a uma família, uma pátria, uma cultura e uma fé e é preciso manter essa pertinência. Eles são o futuro de um povo, porque têm a força, a juventude e vão adiante." "Um povo tem futuro se caminha para frente, com os jovens, com a força que têm e também com os idosos, porque eles são a sabedoria da vida", disse o papa argentino. 

Desafio

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Em sua breve conversa com os jornalistas, que durou cerca de uma hora, Francisco defendeu ainda o papel dos idosos na sociedade, "geralmente vítimas da cultura da rejeição." "Muitas vezes se comete a injustiça de deixar de lado os idosos ao pensar que não têm nada para nos dar, mas eles têm a sabedoria da vida, a história da família e da pátria."

Ao fim do encontro com os mais de 70 jornalistas, o papa pediu que os profissionais o ajudassem "para o bem da sociedade, dos jovens e dos idosos". E em referência à mídia brincou: "Vi os leões, mas não são tão ferozes". Francisco não aceitou perguntas, alegando não saber dar entrevista. 

Em direção ao Rio de Janeiro

A primeira viagem do papa Francisco começou por volta das 9h (4h de Brasília) desta segunda-feira (22). O voo partiu de Roma com direção ao Rio de Janeiro --onde o pontífice presidirá a 28ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ). 

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Levado de helicóptero para o aeroporto de Fiumicino, onde foi recebido pelo chefe do governo italiano, Enrico Letta, Francisco, o primeiro papa latino-americano da história, chegou ao avião carregando sua própria bagagem de mão para a sua primeira viagem oficial ao exterior no posto de sumo pontífice.

O avião --um Airbus A330, da companhia italiana Alitalia-- deve aterrissar no aeroporto Antônio Carlos Jobim no Rio de Janeiro às 16h local, após percorrer os 9.200 quilômetros que separam ambas as cidades. A aeronave leva a bordo 105 passageiros, incluindo vários jornalistas.

Mensagem via twitter

Já dentro do avião que o traz ao Brasil, o papa Francisco expressou pelo Twitter sua "alegria" de estar em breve no Rio de Janeiro para se encontrar com os jovens durante a Jornada Mundial da Juventude. 

"Dentro de algumas horas chego ao Brasil, e já sinto o coração cheio de alegria por em breve estar celebrando com vocês a 28ª JMJ", se lê no tweet do papa argentino, que escreveu durante o voo rumo ao Rio de Janeiro.

Agenda papa no Brasil

Nos sete dias em que ficará no Brasil, o papa Francisco se encontrará com autoridades políticas, visitará uma comunidade que recebeu uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) recentemente no Rio, receberá jovens detentos e visitará outros que se recuperam do vício em drogas e álcool. 

Infográfico

  • Veja quais lugares o papa deve visitar durante a Jornada

A decisão de manter o contato direto com o povo foi do papa, que insiste que chegou o momento de a Igreja "sair" para as ruas. Em maio, o Vaticano chegou a divulgar que o veículo seria blindado, mas, ao saber, Francisco ordenou a mudança. Será a primeira vez que um papa circulará fora de Roma no jipe aberto em mais de 30 anos.

Os 16 trajetos que Francisco fará durante a Jornada em seu papamóvel aberto terão durações diferentes. Alguns serão curtos, mas outros vão se prolongar por mais de 30 minutos. Um deles será de 20 minutos, entre o aeroporto de Aparecida e a Basílica, na quarta-feira. No mesmo dia, o papa estará uma vez mais no jipe, nos 3 km entre a Basílica e o Seminário Bom Jesus, por mais 15 minutos. Depois, mais uma transferência até seu helicóptero, com um trajeto de mais 4 km.  (*Com agências internacionais)

Papa embarca em Roma para o Brasil