Acusadas de matarem estudante em Goiás estão em unidade com mais 61 menores infratores

As adolescentes que confessaram a autoria do assassinato da estudante Bianca Martinelle Pazinatto, 18, em Jataí (327 km de Goiânia), foram transferidas para o Case (Centro de Atendimento Socioeducativo), no Conjunto Vera Cruz 1, em Goiânia. Elas cumprem internação provisória enquanto aguardam a decisão da Justiça sobre o caso, que deve sair em até 45 dias.

Devido à comoção dos moradores de Jataí, o juiz substituto da Vara da Infância e Juventude, Thiago Casteliano, decretou sigilo do processo. L., 17 anos, e M., 16 anos, chegaram ao local no final da tarde dessa quinta-feira (1°) e estão em período de adaptação. Por 72 horas, as duas ficaram isoladas dos demais internos e terão banhos de sol por períodos reduzidos (de 5 a 10 minutos).

A rotina dos demais internos prevê banho de sol de 40 minutos, atividades esportivas e aulas do ensino regular. A unidade que recebeu as adolescentes abriga 63 internos, sendo 45 meninos e 18 meninas (incluídas as adolescentes de Jataí). A capacidade do local é de 20 vagas para internos do sexo feminino e 40 para do masculino.

Entre as internas, cinco cumprem internação provisória, sendo que duas são as suspeitas da morte de Bianca. As outras 13 já receberam as sentenças definitivas. As adolescentes estão lá por latrocínio (2), homicídio (7), tráfico de drogas (4) e roubo (5).

A cada seis meses, as internas que já receberam a sentença definitiva passam por reavaliação. A pena máxima para menores de idade que cometem crimes é de três anos. Segundo informações de funcionários do Case, as penas duram no máximo um ano e meio.

O crime

O assassinato de Bianca ocorreu por volta das 9h40 da última segunda-feira (29) na casa de L., em Jataí. A vítima foi atraída até o local, onde levou facadas no pescoço. O corpo da estudante foi encontrado na noite do mesmo dia embaixo da cama da adolescente L..

Segundo informações da Polícia Civil, Bianca estava com os braços e os pés amarrados e coberto por sacos plásticos. As duas adolescentes confessaram o crime, que, segundo elas, foi planejado.

Uma carta encontrada no quarto de L. descrevia com detalhes todas as ações, que terminariam com o ateamento de fogo no corpo de Bianca, no Conjunto Estrela Dalva, um bairro da cidade.

Aplicativo 'detetive'

Segundo reportagem da Folha, mensagens trocadas por meio do aplicativo para smartphones WhatsApp foram uma das principais fontes de informação para a Polícia Civil de Goiás esclarecer, em menos de 12 horas, o assassinato de Bianca. Seu corpo foi encontrado enrolado em sacos plásticos, embaixo de uma cama, na casa de uma das adolescentes acusadas pelo crime.