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São Paulo cai cinco posições e deixa a lista das 20 melhores cidades em saneamento

Janaina Garcia e Larissa Leiros Baroni

Do UOL, em São Paulo

01/10/2013 17h00

Ainda que São Paulo seja a cidade do país que mais investe na área, a capital paulista caiu cinco posições no ranking dos cem maiores municípios brasileiros com as melhores condições de saneamento básico e deixou de integrar o top 20 da lista. Em 2011, São Paulo passou a assumir o 23º lugar, atrás das seguintes capitais: Curitiba (10º), Brasília (15º) e Belo Horizonte (18º). Mas disparou na frente do Rio de Janeiro (57º), que perdeu 20 posições de um ano para o outro.

Os dados são de um levantamento divulgado nesta terça-feira (1º) pela organização Instituto Trata Brasil, em parceria com a consultoria GO Associados, especializada em saneamento básico. O estudo, feito pela entidade desde 2007, se baseia em dados de 2011 do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico), publicado pelo Ministério das Cidades.

No período, a capital paulista chegou a investir R$ 896,63 milhões no setor, valor 2% maior do que o investido no ano anterior (R$ 885,84 milhões). Recife (R$ 229,43 milhões por ano), que aparece na 69ª posição do ranking nacional, é a segunda cidade brasileira que mais investe em saneamento básico. Na sequência, aparecem Porto Alegre (R$ 193,25 milhões por ano) e Caxias do Sul (R$ 156,56 milhões por ano).

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  • Arte/UOL

Já o município que menos investe no setor é Ananindeua (R$ 0,59 milhões por ano), no Pará, que ocupa o último lugar na lista do Instituto Trata Brasil. Já Uberlândia, que lidera o ranking, gastou R$ 59,68 milhões no ano, mais de 30% a mais do valor investido em 2010, quando foram gastos R$ 39,99 milhões.

Mas, apesar dos investimentos, São Paulo registou uma queda no indicador de atendimento total de água, que passou de 100% para 99,1%; no atendimento total de esgoto, que passou de 96,11% para 96%; assim como no indicador de esgoto tratado por água consumida, que caiu de 54,16% para 50,26%. 

De acordo com o presidente-executivo do instituto Trata Brasil, Édison Carlos, a queda de São Paulo em cinco posições no ranking, em relação ao de 2012, e de 20 posições do Rio “não significa necessariamente que as cidades pioraram, mas que deixaram de avançar e outras do ranking, não”.

“Elas não pioraram significativamente, mas não terem melhorado ou terem registrado quedas ainda que mínimas em alguns indicadores já são suficientes para perda de posições. São Paulo, por exemplo, tinha 100% de tratamento de água no ranking passado, e agora tem 99,1%; o indicador de esgoto tratado por água consumida também caiu (de 54% para 50%). Isso influencia bastante na posição”, afirmou.

Critérios

Entre os critérios analisados, estão indicadores como atendimento total de água, investimentos feitos no ano, receita do município, quantidade de novas ligações de água, ligações faltantes para a universalização e perda de água –aqui considerados desperdício, roubo, ligações irregulares e vazamentos.

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"Uma média de 40% de perda apenas nessas cem maiores cidades explica um pouco por que os avanços em tantos municípios ainda são tão lentos. Temos 14 cidades com 60% ou mais de perda de água [entre as piores, segundo o estudo, as capitais Boa Vista, Recife, São Luís, Rio Branco, Porto Velho e Macapá] e temos uma ilha de excelência entre os primeiros colocados, tais como Limeira e Santos", citou o presidente-executivo do instituto Trata Brasil, Édison Carlos.

De acordo com ele, o panorama retratado pelo ranking sugere que a universalização do saneamento básico "caminha para existir em 40, não em 20 anos", como pretende o governo federal.