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Justiça proíbe entrada de ativistas em laboratório em São Roque (SP)

Do UOL, em São Paulo

18/10/2013 19h52Atualizada em 22/07/2015 15h25

A Justiça proibiu na noite desta sexta-feira (18) a entrada de ativistas no Instituto Royal, em São Roque (SP). Na madrugada de hoje, cerca de 80 pessoas entraram no local e levaram em torno de 200 cães da raça beagle que eram usados em testes de medicamentos.

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O juiz Fábio Calheiros do Nascimento, da 1ª Vara Cível do Fórum de São Roque, concedeu liminar de "interdito proibitório" solicitada pela empresa. De acordo com a decisão, a proibição é dirigida aos ativistas Fátima Couto Valle, Liz Cestare, Adriana Khouri, Adriana Greco e também outras "pessoas indeterminadas".

"Segundo ela [o instituto], embora todos tenham desocupado o imóvel, há justo receio de que ato idêntico se repita nos próximos dias [...] muito provavelmente, amanhã, às 10h", afirma o juiz.

"Nessa linha, é inescapável a conclusão de que não poderia, não pode e nem poderá haver invasão do imóvel da autora, sob a justificativa de que se está a defender direitos dos animais", determina Fábio Calheiros do Nascimento.

Investigação policial

A Polícia Civil abriu nesta sexta dois inquéritos para investigar a invasão e a retirada de cães do Instituto Royal em São Roque (SP) e também a denúncia de maus tratos contra os animais no laboratório.

Além das investigações, a polícia tenta localizar os animais. "É por questão de saúde. Não se sabe se os testes realizados neles podem afetar pessoas ou outros animais", informou a SSP.

Os animais são usados em pesquisas de medicamentos que serão lançados. O objetivo é verificar a existência de possíveis reações adversas, como vômito, diarreia, perda de coordenação e até convulsões.

De acordo com ativistas, os beagles são utilizados "por serem de médio porte, dóceis e considerados de raça pura, teoricamente com menos variações genéticas, o que torna os resultados dos testes mais exatos".

O UOL tentou durante todo o dia conversar com responsáveis pelo Instituto Royal, sem sucesso. Procurado pela reportagem, um dos advogados da empresa, Lucas Garcia de Moura Gavião, disse que não poderia falar pelo instituto.

Protesto

No início da tarde de hoje, alguns manifestantes voltaram a se concentrar na frente do portão do instituto. A ativista Rosana Aparecida da Silva anunciou que as ações não vão parar. "Não basta tirar os animais, é preciso ir além para fechar essa organização."

Por meio das redes sociais, um novo protesto está sendo convocado para a manhã deste sábado (19), às 10h, no km 56 da rodovia Raposo Tavares, em São Roque (SP). (Com Estadão conteúdo)