Ativistas que levaram cães de laboratório em São Roque (SP) vão responder por furto
Os manifestantes que invadiram um laboratório que realiza pesquisas com animais e retiraram cerca de 200 cães do local irão responder por furto, segundo informou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo nesta sexta-feira (18). A pasta não informou o número exato de pessoas que devem ser indiciadas.
Cerca de cem pessoas participaram da invasão ao Instituto Royal em São Roque (a 66 km da capital paulista) na madrugada desta sexta-feira. Os manifestantes já realizavam protestos no local desde o último sábado, acusando a empresa de maltratar os animais, que são usados em pesquisas farmacêuticas.
De acordo com o telejornal "SPTV", peritos fizeram uma vistoria no local após a invasão e não encontraram indícios de maus-tratos. O Ministério Público investiga a empresa desde o ano passado, por conta de denúncias de que, em muitas das pesquisas, os cães acabam sacrificados antes mesmo de completarem um ano, para que se possa avaliar os efeitos dos remédios nos órgãos dos bichos.
Em uma página criada esta manhã no Facebook, ativistas informam que os cães possuem chips e que há uma ordem judicial pedindo a devolução dos animais. No entanto, o Tribunal de Justiça de São Paulo informou ao UOL que, até o momento, não há nenhuma ação judicial a respeito do caso no fórum de São Roque.
Processo
A direção do Instituto Royal afirmou que processará os ativistas que invadiram o laboratório. De acordo com o diretor científico do instituto, João Antônio Pegas Henriques, serão usadas imagens da invasão para identificar os líderes.
"Estamos acionando nosso departamento jurídico para responsabilizar nas esferas civil e criminal os autores dessa invasão, pois houve saques e danos". Segundo Henriques, além de retirar e levar os animais, os invasores arrombaram portas, depredaram instalações e furtaram computadores e documentos.
De acordo com o telejornal "SPTV", a gerente do Instituto Royal, Silvia Ortiz, classificou a invasão como um "ato de terrorismo". A gerente afirmou que o laboratório segue todas as regras estipuladas pela Anvisa.
A empresa disponibiliza em seu site um texto intitulado "Métodos alternativos ao uso de animais" que defende o uso de animais nas pesquisas, mas com "a busca e desenvolvimento tecnológico que minimizassem a incidência e a severidade de procedimentos científicos em animais".
Uma lei de 2008 permite o uso de animais em pesquisas científicas no Brasil, sob supervisão do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea). No site da ONG Pea no Brasil é possível ver uma lista de empresas brasileiras que não realizam testes com animais.
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