Polícia vai investigar invasão de laboratório e retirada de cães em São Roque (SP)
A Polícia Civil abriu nesta sexta-feira (18) dois inquéritos para investigar a invasão e a retirada de cães do Instituto Royal em São Roque (SP) e também a denúncia de maus tratos contra os animais no laboratório.
Segundo a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), cerca de 80 pessoas entraram no instituto, destruíram o local, levaram cães e equipamentos eletrônicos. A secretaria informou que neste momento não é possível precisar quantos objetos e animais foram levados. Ativistas afirmam que tiraram do lugar cerca de 200 cães da raça beagle.
A polícia quer identificar os ativistas que participaram da ação. Eles devem ser indiciados pelo crime de furto qualificado, que prevê pena de reclusão de dois a oito anos e multa. O representante de uma ONG de proteção aos animais chegou a ser ouvido, mas foi liberado em seguida. A polícia não revelou o nome da pessoa nem da entidade.
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As denúncias de que os animais eram vítimas de maus tratos no instituto também serão investigadas. Uma perícia foi realizada no local. De acordo com a SSP, representantes da empresa serão convocados para prestar depoimento. O UOL tentou durante todo o dia conversar com responsáveis pelo Instituto Royal, sem sucesso. Procurado pela reportagem, um dos advogados da empresa, Lucas Garcia de Moura Gavião, disse que não poderia falar pelo instituto.
Além das investigações, a polícia tenta localizar os animais. "É por questão de saúde. Não se sabe se os testes realizados neles podem afetar pessoas ou outros animais", informou a SSP.
Ação judicial
O Instituto Royal deu entrada hoje a uma ação na Justiça pela invasão de seu laboratório e retirada dos cães. Os animais são usados em pesquisas de medicamentos que serão lançados. O objetivo é verificar a existência de possíveis reações adversas, como vômito, diarreia, perda de coordenação e até convulsões.
De acordo com ativistas, os beagles são utilizados "por serem de médio porte, dóceis e considerados de raça pura, teoricamente com menos variações genéticas, o que torna os resultados dos testes mais exatos".
O diretor científico do instituto, João Antônio Pegas Henriques, afirmou em entrevista ao Estadão Conteúdo que serão usadas imagens da invasão para identificar os líderes."Estamos acionando nosso departamento jurídico para responsabilizar nas esferas civil e criminal os autores dessa invasão, pois houve saques e danos", disse.
Ainda segundo ele, os animais levados não estão preparados para viver em qualquer ambiente e muitos estavam em tratamento. "Os prontuários desses animais também foram levados", acrescentou.
Protesto
No início da tarde de hoje, alguns manifestantes voltaram a se concentrar na frente do portão do instituto.
A ativista Rosana Aparecida da Silva anunciou que as ações não vão parar. "Não basta tirar os animais, é preciso ir além para fechar essa organização."
Por meio das redes sociais, um novo protesto está sendo convocado para a manhã deste sábado (19), às 10h, no km 56 da rodovia Raposo Tavares, em São Roque (SP). (Com Estadão conteúdo)
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