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Em 12 horas, zona portuária do Rio registra 65% da chuva esperada para o mês

Do UOL, no Rio

11/12/2013 11h35Atualizada em 11/12/2013 16h40

A estação pluviométrica do bairro da Saúde, na zona portuária do Rio de Janeiro, registrou chuvas de 120 milímetros em um período de 12 horas --entre 22h de terça-feira (10) e 10h desta quarta-feira (11)--, o que representa 65% da média esperada para o mês de dezembro (184,9 mm). As informações são do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

Já no bairro do Alto da Boa Vista, na zona norte da cidade, nas últimas 24 horas, o temporal significou 34% do acúmulo previsto para este mês (260,5 mm). A estação registrou chuvas de 87,6 mm.

A chuva também foi intensa no município de Itaperuna, no norte fluminense, onde choveu 67,2 milímetros nas últimas 24 horas. A medição pluviométrica representa 30% da chuva esperada para dezembro (226,3 mm).

Ainda de acordo com o órgão, o período de chuvas se dá de forma mais crítica na região norte do Estado, conforme estatísticas captadas pelas estações do Inmet. Em Macaé, em apenas 11 dias, o acúmulo de chuva já está 6% acima da média mensal. A situação é ainda pior em Itaperuna, que está 25,4% acima da média.

O Inmet prevê que as fortes chuvas devem continuar pelo menos até o sábado (14), uma vez que a precipitação deve superar o limite de 60 milímetros, considerado o máximo para um período de 24 horas.

Na avaliação do meteorologista Lúcio de Souza, dois fenômenos são responsáveis pelas chuvas: uma frente fria sobre o Rio que veio do interior do país e encontrou instabilidade climática. “A associação entre os dois fenômenos provoca essas chuvas. Há um grande corredor de umidade que abrange desde o Atlântico Sul, o Centro-Oeste e chega ao Acre”, explicou.

Segundo o Inmet, deve chover forte nas próximas 36 horas na região serrana, no norte e no noroeste fluminense. O tempo deve continuar abafado, com temperaturas variando entre 13 graus Celsius (°C) e 25°C na região serrana e entre 17ºC e 25ºC na capital. Não há previsão de ventos fortes.

Souza afirmou que o sol deve aparecer no final de semana, quando a frente fria se dissipar para o Espírito Santo. A partir de sexta-feira as condições climáticas voltam ao normal. “Não significa que não choverá mais, mas que o Sol vai a parecer e a chuva ficará em pontos isolados. Cenário melhor que o de agora”, disse.

Transtornos

Devido ao temporal, a cidade ficou em estágio de alerta --o terceiro nível em uma escala de quatro-- nas bacias de Jacarepaguá e da Baía de Guanabara até as 11h10, quando voltou para o estado de atenção, e os ramais de trem Saracuruna e Belford Roxo foram fechados pela SuperVia. Por volta das 11h45, a circulação no ramal Saracuruna começou a ser normalizada.

No ramal Japeri, os trens circulam apenas entre Austin e Central. Uma queda de muro na estação Piedade, na zona norte da cidade, provoca atraso em outras três linhas (Deodoro, Santa Cruz e Japeri). A linha 2 do MetrôRio também não está operando no trecho entre Pavuna e Colégio.

Em Nova Iguaçu, o pedreiro Martim Mesquita da Silva, 50, foi arrastado pela correnteza do rio que corta Austin, na Baixada Fluminense. Ele está desaparecido desde a madrugada, e os bombeiros de Nova Iguaçu fazem buscas pela região.

Na mesma localidade, houve um desabamento no qual uma pessoa foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros, segundo a assessoria da corporação. Ela foi encaminhada para o Hospital Geral de Nova Iguaçu. Outras ocorrências da mesma natureza foram registradas em Nilópolis, também na Baixada Fluminense, em Anchieta e em Realengo, nas zonas norte e oeste da capital, respectivamente.

Segundo o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, as ocorrências de Anchieta e de Realengo são as mais críticas. Em entrevista à "Globo News", o oficial afirmou que, em Realengo, há dois feridos, sendo que um deles está parcialmente soterrado. Os bombeiros trabalham para resgatá-lo. Já em Anchieta, uma pessoa ficou ferida.

O aeroporto Santos Dumont ficou fechado para pousos até as 9h30, e agora opera por instrumentos. Alguns voos foram desviados para o Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão, que também opera com auxílio de instrumentos, e quatro foram cancelados.

Há vários pontos de alagamento em vias da cidade, o que provoca grandes engarrafamentos. A avenida Radial Oeste, por exemplo, uma das principais vias de ligação da zona norte com o centro da capital, ficou fechada até as 10h30 por causa de bolsões de água.

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Houve alagamentos também na avenida Brasil, principal via de ligação da zona oeste com o centro, que ficou interditada por cerca de uma hora e meia, em ambos os sentidos, na altura do Trevo das Margaridas, o que complicou os engarrafamentos que já são rotineiros no local. A previsão é chuva moderada a forte, com a ocorrência de ventos nas próximas horas, de acordo com o Centro de Operações.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), pediu à população da cidade que evite se deslocar. "Nosso pedido à população é que, se não tiver que se deslocar, não se desloque. Quem não tiver que sair, que evite deslocamento", disse o prefeito em entrevista ao telejornal "Bom Dia Rio", da Rede Globo. "Quanto mais gente tem na rua em momento de muita chuva, pior. Sempre que tiver uma chuva mais forte, vai ter transtorno na cidade." (Com Agência Brasil)