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Cratera em obra não muda prazo para nova linha do metrô do Rio, diz governo

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

12/05/2014 13h50

O secretário da Casa Civil do Estado do Rio de Janeiro, Leonardo Espíndola, afirmou nesta segunda-feira (12) que o afundamento ocorrido por conta das obras da linha 4 do metrô da capital fluminense, na calçada da rua Barão da Torre, em Ipanema, na madruga deste domingo (11), não vai alterar o prazo de entrega da obra, para o primeiro semestre de 2016.

"É um compromisso olímpico do Estado do Rio de Janeiro, integralmente mantido", declarou.

Buracos surgiram em frente aos prédios 132, 133, 137 e 141 da rua. Com o afundamento, formaram-se duas crateras na via, e o portão do edifício de número 137 cedeu. Não houve feridos, mas muitos moradores preferiram deixar suas casas, com medo de que o prédio desabasse. A Defesa Civil do Rio determinou a suspensão das obras.

Durante entrevista coletiva concedida no palácio Guanabara, sede do governo estadual, o engenheiro  responsável pela construção, Aloisio Coutinho, do Consórcio Linha 4 Sul, afirmou que a causa do acidente ainda não é conhecida.

"Houve uma ruptura lateral que se comunicou com a calçada provocando esse afundamento. Não temos ainda claro o que causou isso. Seria especulação falar em qualquer coisa nesse momento", afirmou o engenheiro. 

Obras do metrô abrem crateras em Ipanema

"Esse incidente não era pra ter acontecido. Queremos entender o que aconteceu para que possamos eventualmente corrigir algum rumo", completou Coutinho.

O engenheiro não soube informar um prazo para a retomada das obras, que, segundo o secretário estadual da Casa Civil, está interrompida apenas na área onde ocorreu o afundamento. "As escavações foram interrompidas naquele trecho da Barão da Torre, mas as obras do metrô continuam", declarou Espíndola.

O secretário declarou que "o Governo do Estado está cobrando, fiscalizando e monitorando para descobrir exatamente as razões do incidente".

Contrariando o subsecretário municipal da Defesa Civil do Rio, Márcio Mota, que informou mais cedo que o afundamento do solo foi causado, provavelmente, por uma falha geológica por onde passava equipamento (conhecido como tatuzão) usado na obra, o engenheiro disse que esta hipótese, a princípio, não é considerada pelo consórcio.

"Não existe, até onde a gente avaliou, nenhuma falha geológica no local. Os técnicos estão debruçados para investigar inclusive essa possibilidade”, declarou.

Também presente na entrevista coletiva, Mota não soube informar o que o levou a apontar uma eventual falha geológica no local como causa para o afundamento. "É evidente que no momento da crise  várias perguntas surgem. As pessoas estavam ávidas por alguma informação. Em algum momento foi falado da possibilidade de falha geológica, que não foi apontada exclusivamente como causa", declarou.

O engenheiro disse ainda que não há possibilidade da suspensão do uso do "tatuzão", que, segundo ele, se encontra nas proximidades do local do afundamento, numa área de transição entre rocha e areia, e está entre as prováveis causas do acidente.

"Essa obra foi muito estudada sob todos os aspectos. Temos a convicção de que essa metodologia [com o tatuzão] é a melhor que poderia haver, que impõe a maior segurança à obra. Se tem ou não relação com o tatuzão, está sendo estudado".

Coutinho afirmou ainda que eventuais fissuras ou trincas que apareceram em prédios da região "têm sido avaliadas como cosméticas, de alvenaria, que não induzem qualquer dano às estruturas dos prédios".

"A mensagem que a gente quer transmitir é de que não há risco para a população", afirmou o secretário Leonardo Espíndola. 

Reparação

O engenheiro do Consórcio Linha 4 Sul também informou que o afundamento, ocorrido em dois lados da calçada, atingiu uma adutora, de um lado, "que já foi reparada pela Cedae [Companhia Estadual de Águas e Esgotos]", e uma rede de gás, do outro, "que está sendo reparada neste momento e deverá ser restabelecida ainda hoje".

Aloisio Coutinho informou ainda que, neste domingo, apesar da ausência de riscos estruturais aos prédios situados na proximidade dos locais onde houve afundamento, quatro moradores não se sentiram confortáveis para dormir em suas casas e tiveram hospedagem em hotéis pagas pelo consórcio.

De acordo com o engenheiro, já faz parte do orçamento do projeto que eventuais danos ocorridos em edificações entre o início e o fim das obras sejam sanados. Segundo ele, a RioTrilhos fez vistorias cautelares em 10 mil imóveis antes do começo das obras.