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Galvão Engenharia vence leilão de trecho da BR-153 entre GO e TO

Trecho que vai a leilão da BR-153, com 624,8 km de extensão - Divulgação
Trecho que vai a leilão da BR-153, com 624,8 km de extensão Imagem: Divulgação

Do UOL, em Maceió

23/05/2014 10h18Atualizada em 23/05/2014 14h41

Com deságio de 46% e o valor mais caro de pedágio até aqui, o grupo Galvão Engenharia venceu o leilão e adquiriu a concessão, nesta sexta-feira (23), de um trecho da BR-153 entre os Estados de Goiás e Tocantins. Na sede da BM&F Bovespa, em São Paulo, o grupo deu proposta de R$ 4,979 de pedágio a cada 100 km. O valor máximo de pedágio havia sido fixado em R$ 9,22.

Além do grupo, também entregaram propostas a Triunfo Participações e o Consórcio Norte-Sul (formado por Ecorodovias, Queiroz Galvão Desenvolvimento de Negócios e Coimex Empreendimentos e Participações). O leilão foi comandado pela ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre).

Esse não foi o primeiro trecho da BR-153 leiloado. Em dezembro, dois trechos da rodovia nos Estados de Minas Gerais e sul de Goiás já haviam sido concedidos ao grupo Triunfo, que venceu o leilão à época.

A cobrança, porém, só terá início após a conclusão dos trabalhos iniciais no sistema rodoviário e a execução de 10% das obras de duplicação.

A concessão faz parte do Programa de Investimentos em Logística, previsto no PND (Programa Nacional de Desestatização). Dos nove leilões previstos, seis já foram realizados, com cinco contratos assinados. Ao todo, os leilões no programa preveem a concessão de 7.000 km de rodovias e investimento estimado em R$ 46 bilhões.

O número de participantes no leilão desta sexta-feira foi menor que os registrados nos cinco leilões de rodovias do ano passado, que variou entre cinco e nove grupos.

O vice-presidente da Galvão Engenharia, Carlos Namur, elogiou o diálogo aberto por parte do governo. “Isso nos possibilitou que, depois dos estudos de engenharia, tivéssemos a segurança de apresentar uma oferta como essa e a tranquilidade de poder implementar o projeto com a qualidade que o ministro salientou, no prazo e custo que orçamos, com retorno necessário para a população e acionistas.”

De acordo com Namur, depois de fazer muitos estudos, a empresa constatou que esse seria o trecho mais competitivo. Ele explicou que já havia interesse do grupo em voltar a participar de concessões rodoviárias. “Como vamos estruturar o investimento, será analisado ao longo do tempo. Através desses investimentos teremos a cobrança do pedágio que é o retorno do investimento.” Ele também disse que a empresa tem interesses em linhas do metrô.

O trecho

O trecho tem 624,8 km de extensão e vai desde o entroncamento com a rodovia BR-060, em Anápolis (GO), até o encontro com a TO-070, em Aliança do Tocantins.

É a principal rota de escoamento da produção industrial da Zona Franca de Manaus para o Sul e Sudeste do país. É por lá também que passa boa parte da produção de grãos e do setor agropecuário produzidos na região.

Ao todo, o trecho leiloado atravessa 23 municípios. Agora, o grupo deverá investir R$ 4,31 bilhões na rodovia durante os 30 anos de contrato. O contrato deve ser assinado no dia 6 de agosto.

O grupo deverá instalar nove postos de pedágio, sendo seis deles em Goiás e três no Tocantins. Também terá a missão de duplicar 598 km da rodovia até 2019. Estão previstas ainda, até o quinto ano de concessão, a construção de 48 interseções, 11 passarelas e melhorias em acesso.

Segundo pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte),o trecho da BR-153 é considerada boa em pavimentação e regular em sinalização e geometria. O grupo vencedor terá de fazer a ampliação da capacidade, recuperação, operação, manutenção, conservação, monitoramento e implementação de melhorias na BR.

A Galvão Engenharia atua na construção e no gerenciamento de projetos de infraestrutura, tendo atuado na duplicação da Rodovia Pedro Taques e na construção do Rodoanel Sul, por exemplo. Conforme informações disponíveis no site da companhia, a receita bruta da empresa somou R$ 3,6 bilhões em 2012, dado mais recente disponível. (Com Estadão Conteúdo e Reuters)