Metrô de SP demite 60 funcionários grevistas por atos de vandalismo
O secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Jurandir Fernandes, disse em entrevista à rádio Jovem Pan que 60 funcionários grevistas foram demitidos na manhã desta segunda-feira (9). Segundo o secretário, eles serão notificados nominalmente pelo correio e por mensagem de internet.
Fernandes afirmou que as demissões por justa causa visaram funcionários que cometeram atos de vandalismo, fizeram uso impróprio de equipamentos do Metrô ou incitaram a população a pular catracas durante a greve da categoria. Ele também afirmou que os trabalhadores que não voltarem ao trabalho estão incorrendo em falta gravíssima e podem ser demitidos.
A greve dos metroviários prossegue nesta segunda-feira (9), apesar de a Justiça considerá-la abusiva. Uma nova assembleia dos metroviários está marcada para as 13h.
Metrô deve funcionar parcialmente
Como nos outros dias de paralisação, as linhas 1-azul, 2-verde e 3-vermelha abriram em horário posterior ao normal e funcionam parcialmente, priorizando a região central. O Metrô de São Paulo, porém, não divulga antecipadamente o horário de abertura e quais estações funcionarão.
A operação da linha 7-rubi (Luz-Francisco Morato) será estendida até a estação Brás nos horários de pico. Além disso, as baldeações entre metrô e CPTM nas estações Palmeiras-Barra Funda, Brás, Tamanduateí, Santo Amaro, Tatuapé e Luz, permaneceram fechadas até que o começo da operação do metrô.
Ônibus especiais
A assessoria de imprensa da SPTrans informou que a mesma operação realizada na sexta-feira (6) se repetirá nesta segunda. O Paese (Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência) continuará colocando ônibus para circular nos trajetos das linhas do metrô.
Haverá reforço na frota de todas as linhas. Na zona leste, ônibus extras circularão entre as estações Corinthians-Itaquera e Parque Dom Pedro 2º. Na zona sul, a Paese funcionará entre as estações Jabaquara e Paraíso. Já na zona norte, ônibus extras irão circular entre as estações Tucuruvi e Tietê.
Rodízio
A CET suspendeu o rodízio municipal para carros de passeio para esta segunda. Com a medida, os veículos com as placas finais 1 e 2, que estariam sujeitos à restrição, poderão circular na cidade sem risco de multa. A exceção não se estende a caminhões e veículos fretados.
Com o rodízio suspenso, o trânsito da capital paulista registrou recorde na quinta (5) e na sexta-feira (6). O primeiro dia da greve, São Paulo bateu recorde de lentidão para o período da manhã em 2014, registrando 209 km de congestionamento às 9h30. No segundo dia, a CET registrou às 10h 239 km de filas, o terceiro pior índice para o período desde que as medições foram iniciadas, em 1994.
Decisão judicial
Em sessão extraordinária realizada na manhã desse domingo, oito desembargadores do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) consideraram abusiva a paralisação dos metroviários de São Paulo. Segundo os magistrados, a categoria desrespeitou decisão judicial anterior, que determinava que ao menos 70% dos profissionais trabalhassem em durante a greve. Caso continuem com o movimento, será empregada uma multa de 500 mil por dia de paralisação.
Além disso, a Justiça determinou neste domingo que haverá desconto nos salários dos profissionais pelos dias não trabalhados e que não há garantia de estabilidade de emprego para os grevistas. A corte também definiu que o reajuste salarial da categoria deve ser fixado em 8,7%, mesmo percentual oferecido pelo Metrô. Atualmente, o piso salarial dos metroviários é de R$ 1.323,55.
Apesar da decisão, a categoria decidiu em assembleia realizada na tarde deste domingo manter o movimento grevista. “Estamos no nosso direito de fazer greve. A nossa arma é a greve. Oferecemos alternativas, como a catraca livre e o desconto no nosso dia de trabalho, mas nem o governo e nem a justiça aceitaram. Eles nos culpam, mas é o governo que não quer negociar”, diz Raquel Amorim, agente de segurança e diretora do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
O governador Geraldo Alckmin afirmou que os funcionários que não retornarem ao trabalho correm o risco de serem demitidos por justa causa, já que o TRT determinou o fim da greve.
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