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Advogados de ativistas presos no Rio entram com pedido de liberdade

Cristina Indio do Brasil

Da Agência Brasil, no Rio

14/07/2014 22h10

Advogados que estão atuando no caso das prisões de 17 ativistas na Operação Firewall, da Polícia Civil do Rio, entraram hoje (14) na primeira e segunda instâncias do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) com pedidos de relaxamento de prisão e de habeas corpus. A informação é do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ), Marcelo Chalréo.

“Esses procedimentos estão sendo processados para encaminhamento amanhã, a partir da abertura do tribunal. Só teremos notícias do meio para o fim da tarde, o que é muito desagradável, porque pedimos ao Tribunal absoluta preferência na tramitação desses pedidos e os nossos pedidos foram ignorados”, contou.

Os ativistas foram presos no sábado (12) por suspeita de envolvimento em atos de vandalismo durante manifestações no Rio. A Operação Firewall foi deflagrada para cumprir 26 mandados de prisão e dois de busca e apreensão expedidos pela Justiça. Os agentes da polícia atuaram no Rio, em Búzios e em Porto Alegre, onde foi detida a ativista Elisa Quadros Sanzi, a Sininho, com apoio de policiais do Departamento de Investigações Criminais (Deic) do Rio Grande do Sul.

Os 26 mandados prisão temporária por cinco dias foram expedidos pela 27ª Vara Criminal do Rio pelo juiz Flávio Itabaiana e dois mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo Juízo da Vara da Infância e da Juventude. Segundo a polícia, nenhuma das nove pessoas que estão foragidas foi presa hoje.

Organizações não governamentais como a Justiça Global, a Anistia Internacional e o Instituto dos Direitos Humanos consideraram as prisões arbitrárias e se mobilizaram para garantir habeas corpus para os ativistas. O advogado do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro e integrante do instituto, Lucas Sada, disse que, no sábado, já tinham sido negados sete pedidos de habeas corpus feitos pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro e, no domingo, outros quatro também não foram aceitos pelo Tribunal de Justiça.

Segundo o advogado, a Justiça tem prazo até quinta-feira (17) para soltar os ativistas, uma vez o pedido de prisão temporária tem validade de cinco dias, mas as detenções podem ser renovadas pelo mesmo período. Apesar da possibilidade, ele não acredita que isso vá ocorrer. “Pessoalmente não acredito que vá ser [renovada]. A intenção era mesmo tirar as pessoas de circulação nos protestos na final da Copa”, avaliou.