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Esquartejador de estudante é condenado a 56 anos de prisão em SC

Renan Antunes de Oliveira

Do UOL, em Florianópolis

28/11/2014 07h45

O Tribunal do Júri de Joinville (SC) condenou na noite desta quinta-feira (27) a 56 anos de cadeia o segurança Leandro Emílio Soares, 27, acusado pelo estupro, morte e esquartejamento da estudante Mara Tayana Becker, 19. Soares foi denunciado pela mãe e confessou o crime, ocorrido em maio.  

O julgamento durou 12 horas e terminou na noite dessa quinta (27) com o anúncio da pena: 30 anos pela morte, 15 pelo estupro e 11 por cárcere privado e ocultação do cadáver.

O inquérito concluiu que Soares, segurança de um bar, manteve Mara viva por dois dias na casa dele, sendo estuprada e torturada até morrer.

O advogado dele, Antonio Lavarda, disse que vai recorrer para tentar diminuir apenas a parte dos 11 anos da pena, porque acredita que não houve cárcere privado, sustentando que ela teria sido morta no momento do sequestro.

Durante o julgamento, o promotor Ricardo Paladino apresentou provas periciais de que “ele a arrastou para dentro da casa (no bairro Guanabara) onde a manteve subjugada, amarrada, quando então ela foi estuprada repetidas vezes, depois assassinada e esquartejada”.

As fotos do cadáver foram exibidas para os jurados, mas um painel as manteve fora da visão dos familiares: “Esta não é Mara, é o resultado da obra de um monstro”, disse o promotor.

Mara Tayana foi sequestrada por Soares ao sair de um bar na Via Gastronômica no centro de Joinville (192 km de Florianópolis) às 3h da quinta-feira 1º de maio. Ela procurava um táxi na calçada, sozinha, quando foi abordada por Soares, segurança do próprio bar, em seu dia de folga.

Segundo o inquérito, Soares, descrito pelas testemunhas como “bom de lábia”, de alguma forma conseguiu a confiança dela para pegar carona no mesmo táxi, como já fizera com outras mulheres.

Os dois desceram na casa dele com o pretexto de buscar dinheiro para pagar a corrida, onde ela foi subjugada e mantida presa por dois dias, até ser morta. Ele esquartejou o corpo para tentar colocá-lo numa mala.

Com a ampla repercussão do desaparecimento na mídia e a polícia já procurando por ele, Soares confessou o crime à mãe. Por telefone, ela o denunciou. Ele não teve tempo de sumir com o corpo. A Polícia Militar foi à casa e encontrou parte do cadáver na mala, mas ele tinha fugido.

Soares se apresentou à polícia na semana seguinte e confessou o crime.

No julgamento, a defesa argumentou que os dois já se conheciam, na tentativa de dar alguma motivação ao crime. O réu disse que Mara o teria provocado jogando gelo em seu rosto – mas, imagens dela no bar mostram a estudante sempre com sua garrafa na mão. Testemunhas afirmaram que os dois não se conheciam.

O pai de Mara, Romildo Decker, disse que estava “aliviado com a sentença” e que espera “que ele cumpra mesmo esta pena”. A mãe dela, Luiza, disse esperar que outras meninas “vejam o exemplo, que se protejam melhor quando foram às danceterias”.

A mãe de Soares foi dispensada pelo juiz e não compareceu ao julgamento.