Esquartejador de estudante é condenado a 56 anos de prisão em SC
O Tribunal do Júri de Joinville (SC) condenou na noite desta quinta-feira (27) a 56 anos de cadeia o segurança Leandro Emílio Soares, 27, acusado pelo estupro, morte e esquartejamento da estudante Mara Tayana Becker, 19. Soares foi denunciado pela mãe e confessou o crime, ocorrido em maio.
O julgamento durou 12 horas e terminou na noite dessa quinta (27) com o anúncio da pena: 30 anos pela morte, 15 pelo estupro e 11 por cárcere privado e ocultação do cadáver.
O inquérito concluiu que Soares, segurança de um bar, manteve Mara viva por dois dias na casa dele, sendo estuprada e torturada até morrer.
O advogado dele, Antonio Lavarda, disse que vai recorrer para tentar diminuir apenas a parte dos 11 anos da pena, porque acredita que não houve cárcere privado, sustentando que ela teria sido morta no momento do sequestro.
Durante o julgamento, o promotor Ricardo Paladino apresentou provas periciais de que “ele a arrastou para dentro da casa (no bairro Guanabara) onde a manteve subjugada, amarrada, quando então ela foi estuprada repetidas vezes, depois assassinada e esquartejada”.
As fotos do cadáver foram exibidas para os jurados, mas um painel as manteve fora da visão dos familiares: “Esta não é Mara, é o resultado da obra de um monstro”, disse o promotor.
Mara Tayana foi sequestrada por Soares ao sair de um bar na Via Gastronômica no centro de Joinville (192 km de Florianópolis) às 3h da quinta-feira 1º de maio. Ela procurava um táxi na calçada, sozinha, quando foi abordada por Soares, segurança do próprio bar, em seu dia de folga.
Segundo o inquérito, Soares, descrito pelas testemunhas como “bom de lábia”, de alguma forma conseguiu a confiança dela para pegar carona no mesmo táxi, como já fizera com outras mulheres.
Os dois desceram na casa dele com o pretexto de buscar dinheiro para pagar a corrida, onde ela foi subjugada e mantida presa por dois dias, até ser morta. Ele esquartejou o corpo para tentar colocá-lo numa mala.
Com a ampla repercussão do desaparecimento na mídia e a polícia já procurando por ele, Soares confessou o crime à mãe. Por telefone, ela o denunciou. Ele não teve tempo de sumir com o corpo. A Polícia Militar foi à casa e encontrou parte do cadáver na mala, mas ele tinha fugido.
Soares se apresentou à polícia na semana seguinte e confessou o crime.
No julgamento, a defesa argumentou que os dois já se conheciam, na tentativa de dar alguma motivação ao crime. O réu disse que Mara o teria provocado jogando gelo em seu rosto – mas, imagens dela no bar mostram a estudante sempre com sua garrafa na mão. Testemunhas afirmaram que os dois não se conheciam.
O pai de Mara, Romildo Decker, disse que estava “aliviado com a sentença” e que espera “que ele cumpra mesmo esta pena”. A mãe dela, Luiza, disse esperar que outras meninas “vejam o exemplo, que se protejam melhor quando foram às danceterias”.
A mãe de Soares foi dispensada pelo juiz e não compareceu ao julgamento.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.