Raquel Landim

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Ex-advogado de Marçal: não dá para tolerar fake news em véspera de eleição

Ex-advogado de Pablo Marçal, Gustavo Bonini Guedes publicou um vídeo nas redes sociais criticando o candidato pelo laudo falso divulgado contra Guilherme Boulos (PSOL).

"Democracia é coisa séria. Hoje é uma fake news contra o candidato da esquerda, amanhã vai ser contra o candidato da direita", disse Guedes. "E falo isso com a legitimidade de quem advogou para o Pablo Marçal por um mês na pré-campanha. Não pode tolerar fake news nas vésperas das eleições."

Em conversa com a coluna, Guedes afirmou que não há tempo hábil para a Justiça eleitoral julgar o caso até as eleições, mas que há evidências de abuso dos meios de comunicação. Ele pondera, no entanto, que o curso do processo também vai depender do resultado das urnas e que é mais difícil cassar um prefeito eleito.

Guedes representou o presidente Michel Temer no processo de impeachment e defendeu o senador Sérgio Moro contra sua cassação.

Para o advogado Fernando Neisser, "o uso de fake news e abuso dos meios de comunicação com impacto na eleição é flagrante". Ele explica que, quando foi retirada do ar, a postagem falsa já tinha milhões de visualizações, o que significa um dano para o candidato do PSOL.

Além disso, Marçal não pode alegar que não tinha ciência da publicação ou do teor dela, porque foi feita de sua própria conta no Instagram.

O paralelo mais próximo do delito cometido pelo candidato do PRTB é o caso Francischini. O deputado estadual Fernando Francischini foi considerado inelegível por divulgar notícias falsas contra a urna eletrônica e o sistema eleitoral na véspera do pleito.

O advogado eleitoral Marcelo Weick pondera que o delito de Marçal é mais grave porque ele é o beneficiário direto da fake news, enquanto Francischini tinha apenas um ganho indireto ao criticar o sistema eleitoral.

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