Quatro brasileiros e um indiano estão entre os mortos em explosão de navio
A empresa norueguesa BW Offshore, responsável pela operação do navio-plataforma que explodiu no litoral do Espírito Santo, informou nesta sexta-feira (13) que, entre as cinco pessoas que morreram no acidente, estão quatro brasileiros e um indiano. Outros quatro brasileiros continuam desaparecidos.
De acordo com o comunicado, os corpos chegaram na noite de ontem ao DML (Departamento Médico Legal) de Vitória. Os nomes das vítimas não foram divulgados.
Uma equipe de especialistas retornou nesta manhã à unidade, que explodiu na quarta-feira (11), para verificar se há condições de segurança para dar seguimento às operações de busca.
"As providências estão sendo tomadas para a identificação formal e a liberação às famílias", informou a empresa.
"Este é um dia terrível para as famílias dos homens que perdemos, e nossos corações estão com eles. Seguimos determinados em continuar a busca por aqueles que ainda estão desaparecidos", disse o CEO da BW Offshore, Carl Arnet.
A BW informou ainda que sete pessoas feridas seguem sob cuidados médicos em hospitais da Grande Vitória. "A gerência da BW Offshore está em Vitória com a tripulação, e o suporte a eles e seus familiares está sendo fornecido", diz a nota.
A empresa norueguesa reforçou que o casco do navio-plataforma está intacto. Ontem, fotos registradas pela Marinha do Brasil e distribuídas pela imprensa mostraram uma inclinação na embarcação, com a popa (parte traseira) mais afundada.
A sala de máquinas, que alagou após a explosão na casa de bombas situada ao lado, fica próximo à popa. A Marinha não quis comentar as imagens, mas o Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES) confirmou a Broadcast a existência da inclinação, embora não haja riscos de afundamento total do navio-plataforma.
"Uma equipe de especialistas retornou à unidade para avaliar se as condições são suficientemente seguras para permitir a continuidade dos esforços de busca e resgate", informou a BW.
A Marinha informou, em nota, que o navio-plataforma foi vistoriado em abril de 2014 pelos inspetores navais da Capitania dos Portos do Espírito Santo. Foram encontradas e sanadas 12 deficiências e a plataforma recebeu, em maio, a “Declaração de Conformidade para Operação da Plataforma”, documento que autoriza a sua operação em águas jurisdicionais brasileiras, válido até abril de 2015.
A Marinha lembrou ainda que os problemas apontados não tinham relação com os equipamentos e sistemas de segurança da casa de bombas da unidade, onde teve origem o acidente.
Alto risco
Segundo o inspetor de equipamento Gerson Pistori, especialista em segurança de plataformas, que presta serviços para Petrobras há 13 anos, o navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus era classificado como um local de alto risco por operar com gás. Ele acredita que o mais provável é que o acidente tenha ocorrido em uma área restrita da plataforma.
"As plataformas são todas setorizadas, poucas pessoas têm acesso a área da casa de bombas. O grosso do pessoal deveria estar em uma área longe do acidente, já que estão conseguindo fazer resgate aéreo e por baleeiro (navio específico para resgates em alto mar)", afirma.
O navio-plataforma produziu em média 2,5 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia e 2.000 barris de petróleo por dia em dezembro. (Com Estadão Conteúdo)
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