Prefeito de Bento Gonçalves: 'Turismo não vai parar, voltaremos no inverno'
Apesar da destruição causada pelas enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, a cidade de Bento Gonçalves terá condições de receber turistas no inverno, afirmou o prefeito Diogo Segabinazzi (PSDB) em entrevista ao UOL News nesta segunda (20).
Temos uma estrada, que é uma ligação com a região norte do Estado e foi praticamente destruída, cujo custo inicial já está em R$ 500 milhões. Pontes foram levadas e uma barragem foi parcialmente destruída. A estimativa [de gastos para a reconstrução], só no município, deve se aproximar de R$ 1 bilhão.
Perdemos hectares e hectares de parreiras. Mas, ao mesmo tempo em que tivemos dificuldades, os setores turísticos não foram afetados. É importante separar uma coisa da outra. Meu grande problema foi na zona norte do município. A zona turística, no centro de Bento Gonçalves, não foi afetada.
Houve danos, sim, mas consigo recuperar em semanas. Toda a rede hoteleira e os restaurantes não foram afetados. Haverá uma força-tarefa para fazermos uma recuperação inicial e conseguir acessar cidades maiores na região, como Caxias do Sul, e Porto Alegre. Em questão de um mês, estaremos plenos na questão do turismo aqui. Diogo Segabinazzi (PSDB), prefeito de Bento Gonçalves
Localizada na Serra Gaúcha, a cidade de Bento Gonçalves é conhecida pela produção de vinhos e se tornou um dos principais polos turísticos da região. Segabinazzi assegurou que, "em questão de dias", o município estará em plenas condições para receber visitantes.
Precisamos fazer um trabalho de convencimento de que o turismo não vai parar. Seguiremos fortes e conseguiremos passar por essa, com muita gente vindo no inverno para Bento Gonçalves. Faremos uma campanha maciça para trazer o turista de volta.
Afirmo categoricamente que estaremos preparados para receber turistas. As vinícolas estão funcionando. Se conseguirmos vender nossos produtos fora do Estado, vamos trabalhar normalmente. A indústria tem que estar funcionando quando as águas baixarem. O turismo tem que estar funcionando quando tivermos todos os acessos. É uma questão de dias.
Digo tranquilamente a todo cidadão do Brasil: o turismo voltará com força e com ainda mais pujança aqui na Serra Gaúcha. Diogo Segabinazzi (PSDB), prefeito de Bento Gonçalves
Tragédia poderia ter sido menos grave, diz prefeito
Segabinazzi relatou que metade do território de Bento Gonçalves foi devastada, algo nunca visto na história do município. O prefeito disse que os efeitos das inundações poderiam ser menores se houvesse mais equipamentos e recursos disponíveis.
Se tivéssemos mais equipamentos e um sistema mais abrangente em todas as regiões, o problema seria muito menor e a gravidade também. O que foge do controle é a quantidade de chuva em pouco tempo. Aqui, foram 700mm em três dias, e ainda choveu muito em outros dias. Não havia a mínima capacidade de absorção do solo.
Houve o colapso de uma barragem no interior do município, mas meu grande problema foram os desmoronamentos. Foi realmente histórico o que aconteceu. Em 150 anos, não aconteceu nada parecido com o que houve agora. Existe, sim, um problema de notificação para essas regiões que estão alagadas. Fiquei esperando um helicóptero por dois dias. Isso não é terceirizar culpa; é uma questão de toda a sociedade. Diogo Segabinazzi (PSDB), prefeito de Bento Gonçalves
'Preciso buscar todas as forças', diz prefeito de Bento Gonçalves
O prefeito de Bento Gonçalves ressaltou que não é hora de se discutir sobre a polarização política em meio ao cenário de destruição. Segabinazzi ressaltou que toda ajuda é bem-vinda neste momento, independentemente do posicionamento partidário.
Tenho pessoas de todas as estirpes políticas que vieram aqui ajudar. Às vezes, escutamos que há pessoas que vêm para aparecer. Mas estão vindo; seria muito pior se ficassem em casa. O momento é de união. Se ficarmos com discurso de politização, vamos errar. Temos que resolver problema. Preciso buscar todas as forças. Há voluntários que largaram emprego para ajudar pessoas que não conheciam. Diogo Segabinazzi (PSDB), prefeito de Bento Gonçalves
Tales: Leite jogou contra a sorte ao escolher prioridade ideológica no RS
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Quero receberPara o colunista Tales Faria, o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) se complicou e mostrou ter feito uma escolha ideológica no combate às enchentes no Estado.
Leite se complica. Ele jogou com a sorte, como faz a maioria dos gestores cuja postura é a de não cuidar de bueiro e de esgoto porque o povo não vê, mas tratar de outras coisas que podem mostrar às pessoas para tentar se reeleger. Leite fez exatamente a mesma coisa.
Leite escolheu organizar as contas como prioridade, conforme o caminho ideológico dele. Foi com ela que ele fez aquele vídeo triste no qual pediu que não continuassem com as doações porque competiriam com o comércio local. Ali, Leite mostrou qual era a prioridade dele. Tales Faria, colunista do UOL
Irã: Presidente era conhecido como 'carniceiro de Teerã', diz professor
O presidente do Irã, o ultraconservador Ebrahim Raisi, morto em um acidente de helicóptero, era um defensor ferrenho da Revolução Iraniana e conhecido como "carniceiro do Teerã" por participar de tribunais da morte com sentenças para fuzilar pessoas. A explicação é do professor de relações internacionais Leonardo Trevisan, entrevistado no programa de hoje.
O acidente que provocou a morte de Raisi ocorreu durante um pouso forçado perto da fronteira com o Azerbaijão neste domingo (19) e vitimou também o ministro das Relações Exterior, Hossein Amirabdollahian. As mortes têm gerado incertezas sobre o futuro político e econômico do país.
Endosso as palavras [de que ele era conhecido como] 'carniceiro de Teerã'. (...) A sanção americana impedia que Raisi entrasse nos Estados Unidos, desde os anos 80, não é uma coisa nova. Principalmente em relação às mulheres.
A gente deve lembrar que foi no governo dele que aconteceu o assassinato, não tem outro nome, daquela jovem de 22 anos, Mahsa Amini. Porque estava com o véu mal colocado e foi presa pela polícia de costumes e acabou morta. Quando a gente olha para esse quadro, (...) veja bem, a repressão aos protestos por esse assassinato custaram mais de 500 mortos e isso a gente está falando de 2022. Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais
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