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Após crise em 2014, chuvas afastam risco de racionamento de água em Itu

Em 2014, moradores de Itu (SP) enfrentaram dez meses por racionamento de água - Luciano Claudino - 29.out.2014/Código 19/Estadão Conteúdo
Em 2014, moradores de Itu (SP) enfrentaram dez meses por racionamento de água Imagem: Luciano Claudino - 29.out.2014/Código 19/Estadão Conteúdo

Fabiana Marchezi

Colaboração para o UOL, de Campinas (SP)

14/09/2015 19h45Atualizada em 14/09/2015 20h53

Após enfrentar mais de dez meses de racionamento de água em 2014, os moradores de Itu (a 101 km de São Paulo) não devem passar pela mesma crise neste ano. No município de 154 mil habitantes que virou referência da crise no Estado, choveu 194 mm -- quase o triplo do previsto para setembro -– e, desta vez, o risco de um novo racionamento foi totalmente afastado pela concessionária Águas de Itu.

No ano passado, entre fevereiro e dezembro, a cidade enfrentou uma grave crise hídrica e virou palco de vários protestos de moradores. Até o final de outubro de 2014, o município havia registrado o menor índice pluviométrico em 77 anos. No auge da crise, as represas baixaram ao nível de 2% da capacidade e alguns bairros chegaram a ficar 20 dias sem água na torneira.

Entretanto, segundo a concessionária, a situação melhorou em novembro, com a chegada de chuvas intensas à região. A média pluviométrica naquele período foi de 300 mm, volume suficiente para encher as represas e restabelecer a normalidade na distribuição de água para a população. O rodízio foi suspenso em dezembro. Campanhas de conscientização também ajudaram na economia de água.

Agora, com as últimas chuvas, o nível das barragens de captação saltou de 57% para 98%. As captações estão operando com vazão máxima e o abastecimento continua normalizado em todo o município.

Com água na torneira e nenhuma expectativa de novo racionamento, a analista comercial Patrícia Cassimiro, 33, que mora na Vila São José, se diz mais tranquila. “Ficar sem água não é fácil. Agora, que a situação está normal, é preciso que algo seja feito para que nunca mais venhamos a sofrer com a falta de água”, disse.

De acordo com a concessionária Águas de Itu, o volume de chuvas deste mês, 194 mm, foi atípico e representa quase o triplo da média de 70 mm prevista para todo o mês de setembro. Mesmo assim, é preciso que a população mantenha o uso consciente da água e evite o desperdício.

Ainda segundo a concessionária, após a conclusão das adutoras Pau D’Alho e Mombaça, a capacidade de abastecimento do sistema ETA1 Rancho Grande vai aumentar em 67%.                                    

Outras cidades

A chuva também trouxe alívio às cidades da região de Campinas. De acordo com o consórcio PCJ, que representa cidades e empresas da Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, em apenas uma semana, choveu mais que o esperado para todo o mês de setembro.

No posto de medição de Americana, por exemplo, choveu 142 mm entre sábado (5) e sexta-feira (11). Entretanto, o consórcio alerta que, apesar de garantirem água por algum tempo, as chuvas não foram suficientes para a recarga do lençol freático e uma nova pausa nas precipitações pode colocar novamente as vazões em níveis críticos.

Um levantamento preliminar do consórcio aponta que somente 30% a 40% da água das chuvas é efetivamente absorvido pelo lençol freático, promovendo a sua recarga. Diante desse cenário, a entidade orienta que os municípios realizem toda obra possível para armazenar a água das chuvas que estão ocorrendo.