"O teto desabou e eu vi o céu", diz sobrevivente de explosão no Rio
A costureira Marlene Sangy, 46, sobrevivente da explosão que destruiu imóveis e feriu sete pessoas na madrugada desta segunda-feira (19), no Rio de Janeiro, afirmou ter "visto o céu" depois que o teto de casa desabou.
Ela morava em um pequeno apartamento situado ao lado do local da explosão. "Estava em casa dormindo quando o teto desabou e eu vi o céu. (...) Da minha casa só sobrou uma parede e a gente", relatou ela, referindo-se aos dois filhos, de 17 e 21 anos.
Marlene contou que ela e os filhos escaparam por um buraco no corredor. "Fomos passando por coisas quebradas e ouvindo muita gente pedindo socorro", disse.
Assim como Marlene, outros moradores perderam tudo ou quase tudo. Davi Alves de Souza, que estava em casa com a mulher, Ana Maria Dias, e a filha do casal, afirmou que "a casa foi desabando" em cima da família. Ele disse ainda ter visto fogo.
"A gente acordou com um estrondo muito forte. A casa foi desabando em cima da gente, foi caindo o telhado. A gente viu fogo. Pulei em cima dela [a mulher] para protegê-la. Minha filha foi protegida por uma telha de alumínio que caiu sobre ela. Nós ficamos ilhados porque a nossa quitinete é a última, fica lá atrás e não tinha como a gente sair. Os bombeiros foram pelo outro lado e nos resgataram”, relatou.
Jesuilton Fonseca Almeida, 28, declarou que sua primeira reação foi proteger os dois filhos, de quatro e seis anos. "Só ouvimos um barulho e tudo começou a desabar por cima da gente. Forro, madeira. Só tive tempo de me jogador sobre os meus filhos."
54 imóveis afetados
A Defesa Civil do município informou que 53 imóveis foram afetados diretamente e foram interditados. Algumas edificações terão que ser demolidas. Ainda não há uma estimativa da quantidade de pessoas desalojadas ou desabrigadas. "Não posso permitir que uma pessoa retorne e sofra algum acidente", afirmou o subsecretário de Defesa Civil do Rio, coronel Márcio Motta.
Motta disse ainda que a explosão deve estar relacionada a botijões de gás. "Muito provavelmente o que houve aqui foi uma explosão devido a um vazamento de gás GLP (de botijão) que confinou em algum espaço, encontrou uma chama e houve essa queima súbita", declarou.
Por fotos anteriores ao acidente, os prédios no centro da explosão aparentavam ter dois andares e ruíram, deixando o lugar tomados por escombros. O edifício do outro lado da rua, em frente ao local atingido, teve janelas arrancadas pelo deslocamento de ar no momento do acidente. No terreno da rua São Luiz Gonzaga impactado pela explosão havia um restaurante, uma pizzaria, uma farmácia e uma pensão, onde se concentra o trabalho do Corpo de Bombeiros na busca por outros feridos.
Feridos
Dos sete feridos na explosão que destruiu imóveis na zona norte do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (19), cinco foram liberados pelo Hospital Souza Aguiar, no centro da capital fluminense, após receberem atendimento.
Os outros três continuam na unidade, mas passam bem, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde e não correm risco de vida. Entre as que permanecem no hospital, há uma criança de nove anos. Ela aguarda autorização do setor de neurocirurgia para ser liberada.
Também estão hospitalizados Maria Márcia, 28, em observação, e Manoel Araújo, 84, que está no setor de ortopedia à espera de alta.
Já Ana Araújo, 38, Mauro L. Araújo, 84, Jair Silva, 27, e um homem identificado apenas como Valdecir já deixaram o Souza Aguiar. Eles sofreram apenas escoriações ou ferimentos leves. (Com Agência Brasil)
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