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Bope tem 5º PM preso por suspeita de receber propina de traficantes no Rio

Valores recebidos pelos PMs do Bope variavam entre R$ 2.000 e R$ 10 mil por comunidade, segundo o MP - Marco Antônio Cavalcanti/UOL
Valores recebidos pelos PMs do Bope variavam entre R$ 2.000 e R$ 10 mil por comunidade, segundo o MP Imagem: Marco Antônio Cavalcanti/UOL

Do UOL, no Rio

14/12/2015 10h12

O cabo do Bope (Batalhão de Operações Especiais) Rodrigo Mileipe Vermelho Reis foi preso por suspeita de envolvimento em um esquema de recebimento de propinas, informou nesta segunda-feira (14) a Corregedoria Interna da Polícia Militar do Rio de Janeiro.

O policial retornava de uma viagem a Miami (EUA), no domingo (13), e havia acabado de desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, na zona norte da capital fluminense. Ele se apresentou na sede do Bope, divisão de elite da PM fluminense, no fim da noite.

Reis é o quinto policial da unidade detido desde a última sexta (11) durante a operação Black Evil, que possibilitou a descoberta de práticas sistemáticas de corrupção dentro do Bope. Um grupo de policiais é suspeito de negociar armas e receber propina de criminosos que controlam a venda de drogas em comunidades da capital e da Baixada Fluminense.

Segundo a denúncia aceita pela Justiça, entre agosto e dezembro deste ano, os PMs recebiam semanalmente dinheiro de criminosos para informá-los sobre operações do Bope nas comunidades controladas por facções criminosas, em bairros como Rocha Miranda, Méier e Costa Barros, na zona norte do Rio, e Santa Cruz e Jacarepaguá, zona oeste.

Os valores recebidos pelos policiais variavam entre R$ 2.000 e R$ 10 mil por comunidade, segundo o Ministério Público do Estado. Eles também são acusados de negociar, com os criminosos, armas apreendidas de facções criminosas rivais.

O inquérito foi iniciado a pedido do próprio comando do Bope, e participaram das investigações agentes da Coordenadoria de Inteligência da PM, Secretaria de Estado de Segurança Pública e Gaeco (Grupo de Atuação Especial ao Crime Organizado).

Procurada pela reportagem do UOL, a assessoria de comunicação da PM não informou se o cabo Rodrigo Mileipe Vermelho Reis já possui advogado constituído.