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Justiça aceita denúncia contra PMs acusados de matar cinco jovens no Rio

Perícia realizada pela Polícia Civil no carro onde estavam os cinco jovens identificou ao menos 63 marcas de tiros no veículo - Fabiano Rocha/Agência O Globo
Perícia realizada pela Polícia Civil no carro onde estavam os cinco jovens identificou ao menos 63 marcas de tiros no veículo Imagem: Fabiano Rocha/Agência O Globo

Do UOL, no Rio

17/12/2015 17h40Atualizada em 18/12/2015 07h50

A Justiça do Rio de Janeiro aceitou na quarta-feira (16) a denúncia do Ministério Público contra os quatro policiais militares acusados de matar cinco jovens em Costa Barros, na zona norte, no dia 28 de novembro.

O crime aconteceu quando Wilton Esteves Domingos Júnior, 20, Wesley Castro Rodrigues, 25, Cleiton Corrêa de Souza, 18, Carlos Eduardo da Silva de Souza, 16, e Roberto de Souza Penha, 16, voltavam de um passeio no Parque de Madureira, zona norte, e passavam nas proximidades do Complexo da Pedreira --conjunto de favelas da região. No local, eles foram surpreendidos por PMs que efetuaram 111 disparos contra o Palio em que estavam.

"A materialidade e os indícios de autoria dos delitos de fraude processual e de porte ilegal de arma de fogo de numeração raspada, por sua vez, são indicados pelas declarações, prestadas em sede policial, pelas testemunhas que compareceram ao local e por uma vítima sobrevivente. Com efeito, parentes das vítimas informaram que policiais presentes no local teriam utilizado luva cirúrgica para colocar uma arma de fogo na mão de uma das vítimas fatais e um simulacro de arma próximo à roda do veículo, ao lado do motorista", diz o juiz Daniel Werneck Cotta, da 2ª Vara Criminal da Capital, em sua decisão.

Os policiais militares Antônio Carlos Gonçalves Filho, Fabio Pizza Oliveira da Silva, Thiago Resende Viana Barbosa e Marcio Darcy Alves dos Santos foram presos sob a acusação de homicídio qualificado e fraude processual e estão presos no Batalhão Especial Prisional, em Niterói (cidade na região metropolitana), desde então. Procurada pelo UOL, a Polícia Militar afirmou que acata a decisão judicial. Os advogados dos réus não foram localizados.

A 1ª Promotoria de Justiça pediu ao 2º Tribunal do Júri a condenação dos PMs por cinco homicídios qualificados, duas tentativa de homicídios qualificados, fraude processual (modificação da cena do crime) e posse de arma com numeração adulterada.