Lama da Samarco: 10 fatos que marcaram a maior tragédia ambiental do Brasil
O rompimento de uma barragem de rejeitos de minério pertencente à mineradora Samarco no subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), provocou "o maior desastre ambiental da história do Brasil", nas palavras da presidente Dilma Rousseff. A tragédia aconteceu no dia 5 de novembro e deixou ao menos 15 mortos e quatro desaparecidos.
Uma enxurrada com 55 milhões de metros cúbicos de lama foi liberada após a ruptura da barragem do Fundão, invadiu o rio Doce, passando por cidades mineiras e do Espírito Santo, até chegar ao oceano Atlântico, 16 dias depois. A tragédia afetou desde a agropecuária e a pesca ao ecoturismo e o surfe, além do abastecimento de água em alguns municípios.
Relembre a seguir os momentos que marcaram o desastre:
Desespero
Funcionários da Samarco registraram em um vídeo o desespero causado pela onda de lama que saiu da barragem rompida. Em Bento Rodrigues, local mais devastado pelo desastre, não havia sirenes, e os moradores foram avisados por telefone.
Resgate de corpos
Nos dias seguintes ao desastre, bombeiros trabalharam em meio à lama, com ajuda de cães farejadores, e resgataram os corpos de 15 vítimas --11 delas foram identificadas. As vítimas confirmadas são Emanuele Vitória Fernandes e Tiago Damasceno Santos, crianças moradoras de Bento Rodrigues, e os trabalhadores Cláudio Fiúza, Sileno Narkevicius de Lima, Mateus Márcio Fernandes, Waldemir Aparecido Leandro, Marcos Roberto Xavier, Marcos Aurélio Moura, Samuel Vieira Albino, Ednaldo Oliveira de Assis e Daniel Altamiro de Carvalho.
Lama invade o rio Doce
Dois dias após o desastre em Mariana, o rio Doce foi atingido pela enxurrada de rejeitos e perdeu sua cor esverdeada, ficando alaranjado. Com extensão de aproximadamente 850 km, da nascente até o oceano Atlântico, a bacia hidrográfica banha 228 municípios, sendo 202 em Minas Gerais e 26 no Espírito Santo.
Morte de peixes
Até o fim de novembro, nove toneladas de peixes mortos haviam sido retiradas do leito do rio Doce, nos dois Estados afetados. Segundo o Ibama, no trecho do rio situado em Minas Gerais, foram recolhidas seis toneladas. Já na porção localizada no Espírito Santo, outras três toneladas foram retiradas sem vida das águas lamacentas do rio Doce.
Abastecimento de água suspenso
A inutilização do rio Doce, principal fonte de captação de água de diversas cidades de Minas e do Espírito Santo, interrompeu por dias o abastecimento para a população. A Samarco disponibilizou milhões de litros de água em caminhões-pipa, além de um produto --polímeros de acácias negras-- para tratar a água enlameada.
Samarco multada
A Samarco, que é controlada pelas mineradoras Vale e BHP Billiton, sofreu sanção preliminar de R$ 250 milhões pelo dano à biodiversidade local. A presidente Dilma anunciou que outras punições ainda ocorrerão. A empresa também foi multada pela Secretaria de Meio Ambiente de Minas em R$ 112,6 milhões, faixa máxima nos critérios da legislação estadual.
Linha do trem interrompida
Como forma de protesto, indígenas do povo krenak, que vive em Resplendor (MG), bloquearam durante quatro dias a Estrada de Ferro Vitória a Minas, que escoa a produção da Vale. Depois do ato, a Samarco ofereceu nove salários mínimos por família e prometeu outras formas de ajuda. O prefeito de Baixo Guandu, Neto Barros, também bloqueou a linha do trem para chamar a atenção da mineradora.
Lama chega ao mar
A onda de rejeitos de minério da Samarco chegou ao litoral do município de Linhares (ES), onde fica a foz do rio Doce, e se espalhou no oceano Atlântico no dia 20 de novembro.
Paraíso do ecoturismo e do surfe devastado
Sem poder usar nem o rio Doce e nem o mar, moradores e visitantes da vila de Regência, em Linhares, viram os principais atrativos do lugar, considerado uma espécie de santuário para amantes da natureza, se perderem em meio à lama. Situado dentro da reserva biológica de Comboios, o distrito era conhecido pela pesca, surfe, ecoturismo, trilhas, passeios de caiaque, e foi atingido no dia 20 de novembro pela onda de lama da Samarco.
Dilma chama rompimento de "irresponsabilidade"
No dia 30 de novembro, a presidente Dilma abriu seu discurso na 21ª Conferência do Clima (COP 21) das Nações Unidas, em Paris, afirmando que uma "ação irresponsável" da Samarco provocou a tragédia e prometendo punições severas para os responsáveis.
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