Famílias esperam decisão sobre perícia para enterrar vítimas de chacina em SP
As famílias de quatro dos cinco jovens encontrados mortos no domingo (6) em Mogi das Cruzes (Grande São Paulo) esperam a decisão da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo sobre o pedido de uma perícia independente dos corpos para poderem enterrá-los. Até esta quarta-feira (9), quatro dos cinco corpos haviam sido identificados no IML (Instituto Médico Legal) Central, na região central de São Paulo.
É a segunda tentativa de uma perícia paralela à feita pelo IML. Desta vez, o ofício foi expedido pelo Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), órgão da Secretaria de Segurança Pública do Estado. A petição é para incluir quatro profissionais que participaram da identificação das ossadas de vítimas da ditadura militar enterradas no cemitério Dom Bosco, em Perus (zona norte de São Paulo).
Na terça-feira (8), o governo do Estado recusou o mesmo pedido, feito pela Secretaria dos Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo, da gestão Haddad (PT) – o Estado disse que “as perícias estão sendo feitas normalmente” e que o pedido somente será analisado “se for apresentada alguma alegação que coloque sob suspeição” a ação dos peritos oficiais.
O pedido foi feito baseado na suspeita de os jovens terem sido executados por policiais militares. Na terça (8), em um sítio a 3 quilômetros do local da desova dos cadáveres que pertence a um PM, foram encontrados cápsulas de calibre .40, de uso exclusivo da corporação, e cal – os corpos foram encontrados em uma cova rasa, cobertos pelo material.
A admissão do pedido, segundo o vice-presidente do Condepe, Luiz Carlos dos Santos, 43, evitaria exumações dos cadáveres para eventuais novas perícias. Ele defende a perícia independente para que não haja dúvida sobre o tratamento recebido pelas vítimas.
As famílias não puderam participar do reconhecimento presencial dos corpos. Elas planejam velório e enterro conjuntos dos corpos, assim que a decisão for tomada pelo Estado e todos os corpos estiverem liberados. Com os cadáveres em estado avançado de decomposição, eles devem ser velados em caixão lacrado. O enterro deve acontecer no cemitério de Vila Alpina (zona leste de São Paulo).
Na terça (8), o secretário de Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, disse ser “prematuro” relacionar as mortes à polícia. Ele disse existir outras duas linhas de investigação, sem dizer quais seriam.
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