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Elize completa 35 anos e fica frente a frente com cunhado no 2º dia de júri

Segundo dia de julgamento de Elize Matsunaga será justamente no aniversário da ré - Nelson Antoine/FramePhoto/Estadão Conteúdo
Segundo dia de julgamento de Elize Matsunaga será justamente no aniversário da ré Imagem: Nelson Antoine/FramePhoto/Estadão Conteúdo

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

29/11/2016 06h00

No dia em que completa 35 anos, nesta terça-feira (29), Elize Matsunaga vai ficar frente a frente com o irmão do marido de quem ela é assassina confessa, Marcos Matsunaga, no júri popular que acontece desde ontem no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.

Irmão da vítima, o empresário Mauro Kitano Matsunaga deve abrir os depoimentos nesta terça por parte das testemunhas arroladas pelo Ministério Público Estadual. Além dele, é esperado ainda hoje o depoimento do delegado Mauro Gomes Dias, que investigou o caso e indiciou Elize à época do homicídio pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.

O assassinato aconteceu no dia 19 de maio de 2012 no apartamento do casal, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo. Sacos com partes do corpo de Matsunaga começaram a ser encontrados dias depois em Cotia, na Grande São Paulo.

Além do irmão da vítima e do delegado do caso, faltam ser ouvidos pela acusação uma prima de Matsunaga, um médico-legista e um perito –arrolados também pela defesa --, um funcionário da Yoki e um investigador do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).

Pela defesa, serão ouvidos uma empregada do casal, uma tia de Elize, dois peritos e dois advogados amigos do casal.

Após as testemunhas serem ouvidas, Elize será interrogada para que, na sequência, comecem os debates entre acusação e defesa. A previsão é que o júri dure até sexta-feira.

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Primeiro dia

Nessa segunda (28), também pela acusação, foram ouvidos um detetive contratado por Elize para descobrir traição do marido e duas babás que cuidavam da filha do casal à época do crime - Mauricéia Gonçalves dos Santos e a filha dela, Amonir dos Santos.

A mais jovem, que abriu os depoimentos para ser dispensada logo depois –uma vez que ela é mãe de um bebê de oito meses -, disse que cobria os finais de semana em que a mãe folgava, a cada 15 dias, e negou ter presenciado brigas entre os patrões. Por outro lado, ela contou ter ouvido da mãe que Elize comprou uma serra elétrica em Cascavel (PR) quando estava a caminho do aeroporto, no dia do crime. No depoimento, Mauriceia confirmou as informações da filha e disse ter ouvido da patroa que a serra serviria para cortar caixas de vinho que Matsunaga costumava comprar.

Para o assistente da acusação, o advogado Luiz Flávio D'Urso, a informação sobre a serra elétrica trazida pelas duas testemunhas reforça a tese de que o crime teria sido premeditado.

Já o detetive Willian Coelho de Oliveira contou que Elize o contratou para vigiar os passos de Matsunaga entre os dias 17 e 19 de maio de 2012 enquanto ela visitava os parentes em Chopinzinho, no interior do Paraná. O assassinato aconteceu por volta das 20h do dia 19 – cerca de uma hora e meia depois de o empresário ter buscado Elize, a babá e a filha de um ano do casal no aeroporto. "Ela tinha certeza de que o Marcos a estava traindo", afirmou o detetive,