Com salários atrasados, policiais civis do Rio entram em paralisação
Policiais civis do Rio de Janeiro decidiram paralisar o funcionamento de todas as delegacias distritais, especializadas, unidades administrativas e postos regionais de Polícia Técnica por 72 horas a partir das 8h desta terça (17). A decisão, tomada em assembleia realizada na noite desta segunda (16) na capital fluminense, inclui ainda a decretação de estado de greve durante esse período até o pagamento integral do salário de dezembro, do 13° salário e outros benefícios aos servidores ativos, inativos e pensionistas.
Em comunicado, os sindicatos das categorias informam que, caso a reivindicação não seja atendida nesse período, deverão decretar greve, com manutenção de apenas 30% do efetivo para realização de serviços essenciais: remoções de cadáveres em via pública; prisões em flagrante; cumprimento de mandados de prisão; inclusão de gravame para roubos de veículos; e registro de ocorrências de estupro, homicídio e sequestro.
A assembleia aprovou ainda um mecanismo de gatilho para decretação de paralisação automática a partir do 6º dia de cada mês, sem necessidade de nova assembleia, toda vez que o salário mensal não for depositado até o 5° dia útil.
Por causa dos atrasos, delegados do Rio já haviam decidido, na semana passada, iniciar operação padrão no sábado (14).
Até o momento, apenas os professores tiveram o 13º depositado --pago com recursos do Ministério da Educação. O restante dos servidores teve o salário de novembro quitado apenas nesta segunda.
A assembleia contou com integrantes de diversos sindicatos e associações de policiais civis, como a Colpol-RJ (Coligação dos Policiais Civis do Estado do Rio) e a Aperj (Associação dos Peritos Oficiais do Estado do Rio).
Agentes penitenciários declaram greve
Horas antes, os agentes penitenciários do Rio de Janeiro decidiram entrar em greve a partir da meia-noite desta terça. De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penal do Rio de Janeiro, Gutemberg de Oliveira, apenas os serviços essenciais como alimentação, emergência médica e alvará de soltura de presos serão mantidos. O recebimento de visitas, novos presos e o encaminhamento de detentos para varas criminais serão suspensos.
Sem o pagamento das horas extras do segundo semestre de 2016 e também sem as gratificações por metas desde 2015, os agentes reclamam ainda o pagamento do salário de dezembro e do 13º. Eles prometem permanecer assim até a próxima segunda, quando haverá uma nova assembleia.
Os agentes também reclamam das más condições de trabalho -- ao UOL, dois agentes relataram sob a condição de anonimato uma rotina de insegurança e pressão. "Tem presídios com 3.000 pessoas e um efetivo de oito, nove, dez pessoas trabalhando em um dia bom", afirmou um agente.
Em dezembro, os servidores da segurança engrossaram o ato dos professores e demais servidores públicos e chegaram a invadir a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro durante a votação do pacote de austeridade enviado à Casa pelo governador Pezão.
Em crise, o Estado declarou calamidade financeira na metade do ano passado e agora estuda formas de cobrir o rombo previsto de R$ 19,3 bilhões para 2017. Entre as medidas estudadas pelo governo estão um plano de demissão voluntária e a possibilidade de redução de jornada de trabalho dos servidores com redução salarial, medida que depende de decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).
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